sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dá pra ser?


Tenho sido bastante rabugenta nos últimos tempos. Como uma criança birrenta ou coisa pior uma adulta mal agradecida. Que não sabe reconhecer a beleza daquilo que possui para reclamar sempre e todos os dias daquilo que não tem. Desde que me entendo por gente ou pior desde que "Admiradora Secreta" fez minha cabeça sobre romances ou o que eles deveriam ser, aos oito anos me tornei essa incurável romântica, romancista de jornaleiro. Sempre em busca daquele cara e se escondendo da vida fingindo mostrar-me, com meus versos e frases, romances jamais publicados e jamais vividos. Culpo o mundo pelo cara não aparecer, mas nem sei exatamente o que fazer se por acaso ele acontecer.
Hoje, vejo que tive um grande amor em minha vida, o homem que mais me amou, morreu há pouco tempo e ele me dizia isso todos os dias. Me dizia também que o homem que me amar não deve me amar menos do que ele amou minha mãe. só assim ele teria certeza de que seria o cara certo. Ele também a amava demais. Mais eu sempre fui a número um, desde que ele soube da minha pequena existência dentro dela, tudo mudou. Eu era parte dele pra sempre e ele cuidaria de mim e me amaria até sufocar e foi assim, principalmente em seus abraços extremamente apertados. Minhas primeiras palavras foram papai, no meu aniversário de um ano o meu primeiro pedaço de bolo foi pra ele. Ninguém esperava o que eu ia fazer com o bolo só o deram na minha mão e eu o enfiei na boca dele, que acabou chorando como em muitas outras vezes na vida, era um grandalhão emotivo. Meu herói vivo, meu fã, meu ídolo.
Esse grande amor que recebi carrego no peito. É claro que existe a triste ausência de sua presença e ao mesmo tempo sua imperiosa presença dentro de minhas lembranças. Amei-o e fui muito amada por ele também. E hoje só desejo encontrar, não alguém que o substitua, mas alguém que partilhe comigo a vida, os dias, o cansaço do dia de trabalho, as alegrias, um abraço, um beijo, um pôr do sol e uma lua nascente. Quero fazer parte de alguém e deixar que esse alguém faça parte de mim também, do meu cotidiano simples, sem roteiro e aberto a mudanças.
To meio cansada de ser rabugenta, to cansada de reclamar por não ter. To cansada de não ter também. Queria uma coisa simples, sabe? Nada de extraordinário, nada que fosse tão intenso que me machucasse. Queria conhecer alguém de verdade e ser conhecida por essa pessoa sem essa paixão lacinante que me impedisse de ter raciocínio e personalidade. Estar segura de mim e do que quero sem ter pavor de perder, apenas uma cautela segura. Eu sei que parece que estou pedindo um relacionamento com seguro de vida incluído e ninguém consegue isso, principalmente eu. Já que sou tão intensa que sou considerada 800 ou 8.000, os riscos são grandes para aqueles que possuem tais características. Eu tenho meio que necessidade de sentir fortes emoções, mesmo que sejam dores. De preferência amores. Porém as dores marcaram muito e prefiro não tê-las no momento. É simples: sentir-me seguramente amada. Dá pra ser?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Paizão



Ele viveu. sorriu, bebeu, comeu, cantou, dançou, brincou, fez amigos pra uma vida inteira, teve amores por todos os lados, amigos, parentes chegados e agregados. Deu e recebeu amor, mas principalmente; nos ensinou a amar, a pedir perdão quando errar, a admitir seu erro independente da idade ou da posição de pai para impor sua vontade, ele simplesmente amou e isso compreendia em ser honesto. Era um péssimo mentiroso, qualquer um descobria quando ele mentia, sua boca encurvava e seus olhos começavam a piscar num tique nervoso. Era vaidoso, com aquele cabelo de James Brown, ninguém merece! Eu odiava, preferia quando usava tranças que minha mãe fazia, sempre esperniava quando ela lhe puxava o cabelo quando ele fazia alguma piadinha que ela não gostava.
São essas e muitas outras lembranças que vou carregar comigo pra sempre. Muito mais do inicio e do continuo do que do fim, ou o porquê deste . Eu sei o porque da vida, sei que foi pra me ensinar a ser amada como ninguém, foi pra nos mostrar como sermos felizes intensamente sem medo de parecer bobo ou infantil, ele era uma criança grande aos 53 e não se importava com isso. Ele era alegre e responsável, expontâneo, não ligava se eu acendia minhas velas e ouvia meus reggaes a meia luz, achava lindo meu jeito meio místico e romântico como ele. Adorava me chamar pra ver a lua nascer as seis, isso ainda o emocionava tal como a mim, nunca perderei as pequenas coisas que fazem tudo se tornar grande e verdadeiramente significante.
Largar o prato de comida pra dançar tango na sala comigo só porque tocou no rádio e eu tava com vontade. Dos passos que aprendi com ele, e outros que aprendi por ter o dna dele. O que nunca aconteceu quando se tratava de seu amor pela culinária, essa parte não me atrai. Suas receitas ele levou consigo, seus remédios loucos que me deixavam melhor no mesmo dia, mas era seu cuidado comigo que me fazia bem. Eu era sua filhota e ele era meu paizão.
Não se elimina de uma vez um ser tão imenso, tão pesado em presença, tão cheio de personalidade. Ela ficou impressa em todos que o conheceram, está em toda a parte do nosso cotidiano. Eu posso dizer hoje que tive muito, que tive tudo de um pai. Ele morreu sem me dever nada como pai e sei que fora um neto não lhe devi nada como filha.


Fico feliz por meu último post colocado aqui tenha sido sobre ele, ele sempre soube que o amava e eu nunca tive dúvidas de o ter demonstrado. Aprendi isso com ele. Todos me dizem: "Pára de se fazer de forte, chora, põe pra fora isso vai te fazer bem". Talvez, mas eu derramei lágrimas suficientes e creio que aos poucos derramarei mais algumas. Não sei o que acontece exatamente comigo quanto a isso. Mas apesar dele e por causa dele eu aprendi a compreender a morte da maneira certa e mais leve. Pensei que meus conceitos de morte mudariam quando perdesse alguém que amava demais, alguém tão próximo, mas não mudou. A dor sempre vai existir pela ausência do ser que amamos, mas não tira de nós a realidade fatal de que nascemos para um dia morrer, não importa como, pois o quando já está definido, assim como estava definido a hora exata de nascermos.


Amo o meu pai, ele foi um homem, um amigo, um pai, um irmão mais novo, maravilhoso e terrível. Era implicante, pirracento, berrava, era brabo, era bobo, era doce, cuidadoso, sacana, bacana, era um chato, era lindo, era horrível aquele cabelo comprido e alisado, mas também sabia ter estilo. Lembranças... elas me fazem suspirar, rir e chorar, me considero rica por tê-las e por ter tido o pai que eu tive, o amigo e o confidente. Daquelas nossas conversas na cozinha falando sobre coisas que nunca falei com minha mãe. Dele cozinhando pra mim e brigando pra eu sair da cozinha por que era surpresa. Eu chegar do trabalho e ele me receber com um beijo, um abraço tão apertado que chegava a sufocar e dizer: “Olha o que o papai fez pra você. Papai trouxe morangos pra filhota.” E às vezes quando ele chegava tarde em casa e na manhã seguinte se jogava na minha cama e me enchia de beijo e fazia a mesma coisa com o meu irmão, mesmo ele sendo um negão de vinte e três anos de um metro e oitenta e seis de altura. Pra ele não importava, éramos sempre seus filhotes, suas crianças.
Muito do que somos, eu e meu irmão, fazem parte desta personalidade imensa com a qual convivemos e aprendemos durante todos esses anos. Tenho em mim muitas das suas intrísecas qualidades e defeitos, maioria defeitos, como dizia ele. Sou intensa, insana, apaixonada, estranha, malandra e outras coisas mais. Sempre fomos muitos próximos e de tão parecidos brigávamos muito e resolvíamos tudo no mesmo dia, ou na mesma hora, nem um dos dois tinha muita vergonha na cara mesmo e logo tudo voltava ao normal.
Vejo ele também na personalidade falante e amigo de todos no meu irmão, sempre muito sociável e cercado de gente herdou essa empatia dele, apesar de cauteloso e reservado com seus sentimentos como a minha mãe, é mais conhecido do que nota de um real. Também herdou o nariz de batata, "ladrão de oxigênio" como ele dizia sempre, ao contrario do meu pequeno e delicado nariz meio afilado, meio batata.

Eu posso dizer que tive um pai, muitos por aí não podem. Fez de tudo por mim e pelo meu irmão, não houve nada que faltasse, talvez sobrasse em mimos e extremos cuidados, mas nunca faltou amor. Minha mãe pode dizer que teve um marido, por trinta e três anos, não conheço muita gente que tenha isso, e muito menos que teve um marido tão apaixonado e cuidadoso como ele foi, adorava exibi-la em todo o lugar, era louco por ela, dizia isso o tempo todo, gostava de admirá-la dormindo, um eterno namorado.
Meu pai era assim um amigo, conselheiro, esporrento, às vezes ele gritava mais que baiana em feira. Só sinto muito não ter lhe dado um neto, ele sempre quis, e sempre disse que achava que não ia viver pra ver um neto. E não viveu. Nem pra me ver casar, nunca entendi porque nunca o vi nos meus sonhos de casamento. Agora entendo, eu já sabia de uma forma bizarra e estranha.
Sei lá como vou descrever um presença tão presente no nosso ser, que hoje se encontra ausente? Ele é isso, ele é tudo o que temos de amor em casa, ele ensinou minha mãe a amar e ser amada. Ele é um presente de Deus, não algo para lamentarmos. Sentimos saudades e sempre sentiremos, mas seremos eternamente gratos pelo tempo que tivemos com ele. Por tudo o que ele representa em mim, pelo caráter que ele nos ajudou a formar, pelo senso de responsabilidade e de vida que recebi. Muito obrigada, pai. Te amo pra sempre.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Um bom lugar



Às vezes agente neste ritmo alucinado que corre a vida, tudo tão depressa, tudo tão pra ontem, nosso único desejo é fugir par aum lugar bem longe onde ninguém nos encontre. Tenho novidades este lugar existe. Consegue se lembrar do que foi bom um dia, da calma, da paz, das pequenas coisas, que eram grandes e simples? Momentos que recomendo a todos voltar no tempo. Perca-se por dez minutos ou mais e sinta de novo essa o paz relembre bons momentos e tenha orgulho por tê-los vivido.

Me lembro quando criança o quanto eu era agarrada ao meu pai, sabia quando ele chegava em casa pelas batidas do sapato na porta. Podia estar distraída, nos fundos da casa que mesmo assim eu sentia o tremor de seus passos que logo se juntavam aos meus passinhos correndo pela casa pra pular em cima dele, assim que ele abrisse a barulhenta porta de metal.
Nesse final de semana foi dia dos pais, eu tenho muito orgulho de dizer que tenho um pai maravilhoso. Ele é do tipo paizão, amoroso, crianção, brabo e ao mesmo tempo um amigo. Sempre presente em cada momento das nossas vidas, minha e do meu irmão, lembro do dia que ele achou o meu primeiro poema, para o meu primeiro amor de infância, eu tinha oito anos, ele achou no meu caderno, fiz um escândalo quando ele pegou, morri de medo de apanhar. Ele e minha mãe sentaram comigo e conversaram sobre meninos e meninas. Bom, minha mãe conversou comigo sobre meninos e meninas, meu pai foi um pouco mais longe, me falou sobre sexo e os perigos de um relacionamento, no caso me assustando mesmo, mas esse é o meu pai, exagerado, alarmado. Só sei que por anos ele guardou aquele poema na carteira dele, como um pequeno trunfo de que sua pequena escritora. Quem sabe um dia?

Lembro-me também dos meus cheiros favoritos na infância, lápis de cera, álcool e plástico. Era o cheiro que tinha a volta às aulas. O cheiro do plástico que minha mãe cuidadosamente encapava meus cadernos, do álcool onde ela rodava desenhos no mimiográfo para colar na primeira capa dos meus caderninhos de aula, e do giz de cera que ela me dava para pintar os desenhos.
Outro cheiro que me lembra a infância é o da chuva fina e a cera do chão. Eu nunca podia estar em casa na hora da faxina, ainda não posso por conta da alergia. Quando chegava do colégio em dia de chuva, tirava meus sapatinhos e ia para os fundos e entrava pela cozinha e o cheirinho dos bolinhos de chuva de minha mãe, junto ao cheirinho de casa limpa adicionado ao cheiro de terra molhada me dava uma imensa sensação de felicidade. Me esparramava naquele chão e minha mãe logo dava a mim e meu irmão um jeito de se divertir pra não atrapalha-lá na cozinha. Um grande lençol, onde agente amarrava um ao outro e ia puxando pela casa inteira rindo muito deslizando pelo chão recém encerado. Lógico que agente não fazia idéia de que estávamos dando brilho no chão.

Bom, essas são algumas das minhas boas lembranças de criança. Quando recordei esses momentos me lembrei de um trecho do livro de meu amigo e colega de trabalho Flamir Ambrósio, onde ele fala sobre relembrar os cheiros, quando ele vai visitar a mãe e sente o cheiro de café no bule e veste a camisa do pai e ainda sente o cheiro dele e se lembra da infância. Todos nós temos esse bom lugar pra ir. Recomendo, em momentos de estresse o visite e encontrará a paz, algumas lágrimas e com certeza muitos sorrisos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Meu questionamento de hoje


Deus, as coisas não são simples como imaginei.
Porque homens bons são problemáticos?
Porque homens ruins são o problema.
Ok.

Homens bons são difíceis de se encontrar e muito mais de conhecer.
Quando encontramos descobrimos que seus problemas não estão ao nosso alcance. O que eu posso fazer para ajudar o homem que amarei? E se eu não souber lidar com seus medos, seus traumas, sua verdadeira realidade, a essência que formou sua personalidade que desconheço? Preciso ser forte para me manter firme e não vacilar ou desistir de primeira.
Senhor, Salomão lhe pediu sabedoria, foi um rico pedido, especial e altamente inteligente.
Então, já que eu não sou burra lhe peço o seguinte: se meu bom homem, aquele que arrebatar meu coração tiver problemas que eu não consigo entender ou resolver, me prepare, me faça ciente do que fazer na hora certa e o que não fazer na hora errada, principalmente calar (isso geralmente é um pouco difícil então, faça o sobrenatural).
Me faça molde pra tapar os buracos de sua alma ferida, não que eu possa curá-la, sei que não posso, só Tu podes curar toda a ferida da alma, preencher com teu rico amor o espaço mal demarcado por mãos humanas defeituosas. Também te peço que de minha boca jamais saia palavras para ferir e sim para edificar e somar. Me ensine a ser amiga, conselheira, irmã, namorada, esposa e parceira sábia. E mais importante não deixe que minha ansiedade e minha falta de paciência me dominem. Sei que o melhor a fazer é lançar sobre Ti todas as nossas ansiedades. A promessa é que cuidarias de nós e eu confio em Ti, também confio ele seja lá quem ele for a Ti, para o preparares pra mim. Afinal, eu também não estou tão prontinha assim.
Te amo
sua filha.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Melhor que o óbvio



O que é mais fácil e mais belo do que uma rosa? Sua textura aveludada, sua cor púrpura, as preferidas dos casais apaixonados, ou dos sem criatividade pra buscar algo menos emergencial e mais duradouro. Sei que muitos me julgam como a menos romântica das criaturas, que sou uma farsa como poetisa, já que vendo algo que não compro. Isso é um ultraje, meus poemas dizem minha verdade, ou uma projeção do que ela seria se a tivesse.
Não sou uma amargurada e sim uma sonhadora excêntrica. Meus sonhos estão distantes do mercado urgente e fútil, que só engana por um breve momento o sentimento que deveria durar mais que a fragância de um perfume acabado, da sola do sapato desgastado, da roupa que sai de moda na próxima estação ou das flores mortas que fedem em 15 dias e nos bombons que são devorados na mesma hora.
Quero mais do amor. Espero mais das demonstrações do mesmo. Quero paixão, entrega, insanidade, mico mesmo, mas de uma verdade infantil, sem falas pré-moldadas, conceitos já usados e passados de pai pra filho como tradição, ou melhor, passado à mente pela televisão.
Esqueça o ctrl+c ctrl+v, use papel e caneta, escreva suas próprias memórias do amor sentido. Os antigos poetas faziam isso, conquistaram um mundo de corações, quem dirá o único que você deseja e que só você pode compreender.
Ame sem medo de ser idiota, amar é assim mesmo. Você se torna idiota, todos os dias, todas as horas que você passa pensando ou olhando para o ser amado. Você aprende a cozinhar mesmo detestando, chora se ele não gosta, faz dengo pra conseguir o que quer. Use seu talento!
Com um Deus tão criativo sendo meu Pai eu tenho que ser melhor do que isso. Melhor do que rosas e bombons, melhor do que comprados cartões, melhor que dias comerciais para se dizer eu te amo, melhor que trinta vezes sem juros no cartão que continuaria pagando depois do fim. Posso ser melhor que o óbvio e conseguir mais que o sonho.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Alegrem-se


Alegre-se! Tende bom ânimo! Esforça-te!

"Deixo-vos a paz, não a dou como o mundo a dá,
mas deixo-vos a paz que excede todo o entendimento."

A paz que o mundo nos oferece, é calmaria, é a serenidade, um lugar onde nada acontece, um silêncio. Bom, me parece um cemitério. O que achamos lá além de corpos e lágrimas?
Não quero viver num cemitério. "deixo-vos a paz que excede todo o entendimento".
Vai entender, ter paz em meio a guerra, vai entender conseguir dormir enquanto
uma crise deixa todos acordados? Essa extraordinária paz é a resposta a certeza daquilo
que Ele quer com você, Alegre-se, Tende bom ânimo, Esforça-te.
Não conte com a força do teu braço pra sobreviver as lutas do dia a dia, Ele te fortalece.
Não conte com a alegria falsa de poucos momentos, a Alegria do Senhor é a nossa força.
Não conte com um presente para se animar, Ele te ordena ânimo todos os dias,
pois crê que você vai chegar lá.
Então tenha um bom dia, pois este é o dia que fez o Senhor nos alegremos nEle,
é um presente divino ver o sol mais uma vez. Seja feliz, por que você é dEle, simples assim.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ame, ame, ame.


Tenho uma novidade para vocês, tive um fim de semana incrível. Saí sozinha sexta feira a noite, estava meio chateada, e parecia um risco sair sozinha às dez da noite, para uma garota que nunca curtiu a night e nem é acostumada com isso, mas acabei indo comer num lugar legal, encontrei uma amiga que estava com alguns amigos e a noite esticou pela madrugada. Fui tratada como uma princesa por caras lindos e incríveis que me trataram com todo o respeito do mundo, foi uma noite pra eu me lembrar de duas coisas: não fui feita pra night, mas também não sou um lixo, posso ser vista com bons olhos por belos olhos.
Depois, no dia seguinte, foi aniversário do meu avô, 80 anos gente, foi maravilhoso estar no meio da minha família, ver meus primos e primas, uma nova geração de netos e bisnetos, pessoas lindas da minha vida que me amam demais. Meu primo lindo que surpreendeu toda a família homenageando a todos com o seu rap, rimado rápido e original feito de improviso e talento, tem meu sangue e meu estilo, é de dar orgulho.
Podem até pensar que a princípio não foi nada demais, mas existe um pouco de Polyanna em mim e consigo ver algo de bom em tudo o que me acontece, dessa forma todas as minhas experiências me levam a um novo lugar.
Nunca me achei a garota dos sonhos de ninguém, sempre abaixo da média em beleza, ganhava na simpatia e nas minhas covinhas fundas, ou sei lá porquê. Ultimamente tenho descoberto que me acham encantadora, e lembrei-me de outras pessoas que no passado me classificaram com a mesma qualidade: encantadora.
Estevão, um preto lindo, um grande amigo, um sonho de menino.
Seu único problema? Não mora no Rio.
Wilian, um loiro charmoso, meu melhor amigo e irmão.
Elvis, um índio designer de Volta Redonda, com quem viajei pra Sampa uma vez numa conferencia de Design.
E tem uma lista enorme de pessoas: como Diego, Tiago, Renato, Henrique, e meninas também: minha amiga Paula, uma presença sempre constante na minha vida independente da distancia, Lívia, minha melhor amiga, Luciene, Isabele, minha irmã, Luciana, minha amiga de infância, Fred, Rodrigo pequeno.
Foi então que eu descobri que o meu sonho de menina, se tornara o pesadelo que eu perseguia como se fosse o meu único e maior alvo. O sonho de ser amada e de ter um grande amor. Posso ter todos os amores do mundo, amigos, amigas, primos e primas, tios e tias, avós, sem esquecer pai, mãe e irmão. E uma grande e linda família, pela qual eu já sou imensamente amada por toda a minha vida, mas me faltava abrir minha mente e mudar meus planos e perceber que meu sonho era uma prisão e que tenho asas que não estão podadas, posso voar e pra bem longe se eu quiser.
Eu não vou mais hesitar, não vou mais complicar, vou amar, amar, amar e amar, todos e todo mundo. Todos precisam de amor, este é um dom Divino, um direito e uma benção que Deus nos deu, o orgulho, a vingança, a raiva, o ódio, a idolatria a si mesmo, o individualismo, tornam as pessoas frias e distantes, longe do que pode ser o maior bálsamo de todos.
Ameeeeee!!! Ame muito, muitas vezes, quem quiser, quem merecer ou não, o bom é amar. Será amado de volta sim ou não, não pesque mais com vara, e sim com redes pois suas chances aumentam se for assim.
Meu conselho novamente: Ame, ame, ame, não espere nem mais um segundo, eu esperei 25 anos pra descobrir isso, não é tarde gente, ninguém precisa viver só esperando um único alguém. Entregue-se ao amor, tenha amigos novos e antigos mantenha-os, eles vão te relembrar aquilo que você já esqueceu. Valorize seus irmãos, primos, tios, avós, eles são o seu sangue e o seu espelho. Aproveite sua vida amando sempre e muito! Dance sozinho ou acompanhado, amando nada mais importa.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Vender lenços


Poucos sabem mais eu resolvi criar este blog como terapia ou vávula de escape para uma dor que se alojou em mim, quase procurei um terapeuta, fiquei muito deprimida me achando um nada ou pior me perdendo completamente. Mas Deus trouxe a luz de volta à minha vida e tem me ajudado a superar tudo o que passei e pelo que "ainda estou passando" (tenho que falar assim, pois é como usuário de drogas tem que se confessar ser um viciado mesmo que já esteja bem, que é pra não correr o risco de se achar auto suficiente demais pra fazer suas próprias escolhas) Hoje eu escolho escolher o que Deus quiser que eu escolha. Nada mais. Decisões erradas e permissões erradas nos levam a caminhos errados e longe da escolha certa que Ele tem pra nós. Fui muito magoada pelo meu ex, e pensei que podia levar isso na boa, fingir que não aconteceu que ele não disse o que disse ou que um dia mudaria de idéia, não mudou, foi cruel e eu aguentei por meses até dizer um basta. Foi então que eu vi o quanto eu estava arrebentada por fingir que não gostava mais dele, por fingir que as palavras não doiam, por ver morrer aos poucos um sonho guardado há tanto tempo. Eu esperei muito tempo pra sentir algo por alguém eu relutei muito antes de deixar alguém entrar na minha vida e pra mim me pareceu injusto, justamente na hora que eu deixei alguém entrar, esse alguém se dar ao luxo de permanecer do lado de fora. Parecia que eu insitia inutilmente em convidar alguém que não queria ser convidado. No meio disso tudo tem a esperança de um sonho novo, de começar tudo de novo. De arriscar tudo por um futuro incerto, é sério eu já estava procurando casa pra morar em São Paulo, emprego na minha área é o que não falta. Mas então eu parei pra ouvir a voz de Deus quando eu não tinha mais voz pra chorar ou gritar ou reclamar da vida e da injustiça que se deu comigo, e a resposta foi: fica! Não te mandei ir a lugar nenhum. Quem toma decisões em meio a um tufão de emoções desordenadas? Aliás quem é que toma decisões certas em meio a crise? Ninguém. Só havia desespero e insanidade. Quis mudar de igreja, quis mudar de cidade, largar o emprego. Queria desaparecer. Mas como eu fugiria de mim? Como eu resolveria o que só cabe em mim? Não resolveria, não resolvo e não resolverei. Deus quis abaixar minha crista, pra eu deixar de ser metida. "A garota perfeita, a virgem de 25 anos que não namora ninguém há oito anos, por que optou pelos estudos e a carreira ao invés de namoros, sexo e diversão, agora encontra alguém que a despreza". Pois é parecia que eu carregava esses títulos como troféus e tem muita gente vivendo por aí assim sem ostentar o papel de mulher perfeita. Eu não sou perfeita, apesar de não me sentir a encalhada. Me senti humilhada, rebaixada, mas sei que tem um propósito, em toda crise surge uma oportunidade. Toda jóia já foi lapidada, todo ouro já foi provado na fornalhada, lugares nada agradáveis, mas com um fim excelente. Eu tenho duas escolhas chorar ou vender lenços. Acho que vou optar pela segunda.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Tempo novo



Foi de revirar a vida, foi de mudar tudo. Conhecer novas pessoas e conhecer um pouco mais do meu Deus, daquele que nunca me abandonou, tava só esperando eu parar de me lamentar pra ouvir, ouvir Ele me chamar pra bater um papo, pra chorar nos seus braços e receber os presentes guardados que eu nem sabia que tinha o direito de receber. Ele me ama, é só o que eu preciso saber. Conhecer essas pessoas lindas foi receber dEle novos presentes e eu amei todos eles.
Te amo Deus, muito obrigada, por esse novo tempo, muito obrigada por essa nova história que agente está escrevendo, com sua direção e sua
automática revisão, desse jeito eu creio que vai ser um sucesso.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Poderia?

Posso escrever um poema?
Posso cantar uma canção?
Uma canção que traduz toda a poesia, o sentimento e a razão?!
Posso traduzir em versos aquele olhar que expresso?
Posso dizer em palavras tudo aquilo que a silencia?
Posso ser eu, a tradutora de mudos e completos beijos de amor,
Que dizem tanto sem pronunciar som?
Posso descrever o sentimento que traz certo abraço,
certo aperto de mão?
O que cada um sente por especificamente alguém?
Não, não sei dizer se posso, nem se devo!
Com certeza não me atrevo.
Apenas ouso a pensar, a sondar espíritos e almas inquietas.
Com inquietas paixões, raivas, sentimentos confusos.
Amores, meus amores, meus amigos.
Meus sentimentos confusos minhas raivas e frustrações
Só de sonhos... Ah! Tenho porções.
Gosto dessa veia poética que mais se expressa e nada diz
Que mais inquire do que responde,
que mais lateja dentro de mim e nunca explode.
Vergonha? Timidez? O que será?
Já disse respostas não são o meu forte.
Responda você, qualquer um, qualquer dia.
Não é tão importante assim.
Talvez eu acabe escrevendo uma história que nunca tenha fim.

Autora: Lidiane Arsenio da Penha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Entre lágrimas e sushi

Conheci um cara incrível, com uma boca incrível, com um jeito de me pegar...hum.
Bom, ele era inteligente, tinha tudo o que eu nunca sonhei que precisava, era um chato, um mal necessário. Gostava da cultura oriental e de lá a única coisa que eu gostava era de sushi, que por coincidência ele nunca havia experimentado. Ponto a meu favor, algo pra me tornar mais interessante, o levei a um restaurante. Lá ele provou meus lábios, o sushi, o sashimi, e o samurai, foi uma experiência única romântica, divertida e com um provável ou improvável fim. Mas de verdade ninguém estava levando a sério aquela história de final na "boa". Agente sabia que era muito desejo pra acabar assim e assim não ia acabar nunca, mas acabou mesmo. Terminamos o que nem começamos no primeiro encontro. Passou-se algum tempo e vestígios dessa brasa voltaram a nos queimar, fomos parar novamente um nos braços amargos um do outro, digo amargos pois já havia acontecido acidentes, mágoas com ou sem querer de ambas as partes. E amargamente decidimos que só voltaríamos a sair se fosse sério dessa vez. Não sou muito de esperar, isso já me havia rendido tempo demais, dor de mais e indecisão demais. Decidi pelos dois que ele deveria dizer sim ou não. A resposta? Não. Se foi bom? Foi péssimo, me senti horrível e liberta ao mesmo tempo. Com muita fome e muita raiva parti pra uma noite da fossa memorável, regada a "Vestido estampado" e "Hoje eu to sozinha" de Ana Carolina, pedidas por mim a cantora do bar, o que numa sexta feira a noite mega romântica nunca seria a melhor pedida. No fim foi hilário ver o casal meloso sair do bar cantando pneus, não estava afim de ver mais nenhum beijo aquela noite, o pior foi que depois das musicas sobrou uma sapata no bar me olhando, percebi que era hora de partir. Foi meu pai se desculpar com o dono do bar por eu ter espantado a clientela com minha fossa revoltada e saimos dali. A noite não tinha acabado fui ao Kent Kerr e parti pra dentro de um hot filadélphia, o meu pedido favorito no sushi bar, o gosto não tinha o mesmo sabor, não sei se era eu ou o salmão, mas definitivamente não quero mais saber de sushi, tanto quanto não quero mais saber dele. Foi meio que um rito de passagem. Revi antigos amigos troquei contatos, descobri o quanto era querida por pessoas que há anos não tinham notícias da minha existência. Uma amiga pulou no meu pescoço na frente do marido e do filhinho de dois anos. Dois anos? Ela tinha sido minha melhor amiga por anos desde que tinha quatro anos de idade e apesar de anos separadas ela ainda me considerava. Em meio ao caos algumas cotidianas alegrias. Tomei decisões. Se foram boas as decisões? Não sei, não pretendo dar outra chance ao nem a ele, nem ao sushi. Mas entre lágrimas e sushi nesta louca sexta-feira fossa eu me diverti.

Lidiane QUEM?

A vida tinha mudado e agora mudou de novo.
Lembra-se do nada que parecia ser, percebi que foi perda de tempo, e hoje tenho muito a fazer e mais nada a sentir.
Engraçado como os sentimentos que antes eram fortes e tristes hoje nem me vem. Hoje penso em trabalho, dinheiro, sonhos, desejos e de repente penso em mim. Naquele caminho a qual esses sentimentos queriam me levar, a pensar mais sobre mim, quem sou e o que o mundo pode esperar de mim, sei dos mil desejos e vontades desconexas que tenho que nada tem a ver com a pessoa que sente tudo isso ou talvez tenha. O que ela é? Acho que posso responder segundo as respostas que ouço sobre ela, mas nos últimos tempos tenho ouvido outras vozes que dizem coisas que nuca antes tinha ouvido a respeito dela, o pior é sentir que é verdade e nunca antes havia descoberto isso. Pois é, é bem verdade que conhecendo os olhos dos outros sobre nós mesmos nos conhecemos um pouco mais, o problema é se perder e nunca saber acertivamente quem você é. Sua própria versão de si mesmo, aquela que só você sabe e Deus, sem cortes, sem titubear: este sou eu e pronto.
Quero um dia dizer mais que meu nome, idade e profissão ao responder a pergunta quem sou. Quero ter um algo a mais a acrescentar sobre isso, sobre essa garota que vejo no espelho que muda seu olhar a cada dia mais nunca se vê realmente, nunca achou importante olhar além do espelho, enxergar a alma que se veste do corpo, do rosto, dos olhos cegos que a mantém longe da verdade sobre quem será.