quinta-feira, 29 de abril de 2010

My trip


Meu aniversário é em agosto e andei pensando em fazer uma
viagem despretensiosa por aí sozinha curtindo nada além de minha própria
compahia. Não imaginem como é difícil encontrar um pacote de viagens
para um. Me vi na cena do filme: O amor não tira férias, em que a
Cameron Diaz se vê buscando uma viagem para escapar de seu falido
casamento. Nada contra nas minhas férias encontrar quem sabe um Jude
Law. Obrigada.
Mas quero apenas me aventurar fora do ninho, não é que ele não seja
quente e bom ele é.
Só que preciso fazer isso por mim mesma, preciso fugir um pouco curtir e
me encontrar e encontrar gente nova e essas coisas não acontecem sempre.
Na verdade a vontade de fugir com uma mochila nas costas sempre existiu,
ou melhor viajar por aí. E não ficar estacionada num ponto vendo a vida
passar e acontecer, com minha presença apenas como um mero objeto
decorativo.
Quero me sentir viva na minha própria vida e nada mais justo, não?
Talvez eu esteja esperando demais de uma viagem. E não é a viajem em si
que irá me mudar, serão as decisões que irei tomar na vida que vão
torná-la melhor ou pior. Sempre tive essa ânsia de ter uma vida imensa,
intensa, cheia de grandes emoções e largos sorrisos como nos comerciais
ou nos filmes, onde se é possível ser feliz o tempo todo. A verdade é
que somos felizes na parte que nos permitimos ser, somos nas frações de
momentos, e só percebemos que somos quando não estamos sendo. Olhando
pra minha vida eu não tenho do que reclamar, tenho o que busquei, sou o
que projetei ser. Talvez meus sonhos tenham mudado. Eu queira me
superar. Isso é bom!
De qualquer forma Jalapão ou Visconde de Mauá será meu destino.
Me aguardem, trilhas e ilhas, em breve estarei lá.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Minha lúcidez


Assisti a um filme brasileiro este final de semana, chamado separações,
que achei magnífico e cheio de sensibilidade. Apesar de um tanto
ortodoxo ele falava sobre seres humanos, que fazem diversas escolhas,
boas ou não tão boas, mas compreende cada fase e momento bom ou trágico
para seu próprio crescimento. Uma amiga que também assistiu ao filme não
conseguiu compreender da mesma maneira o texto que foi citado ao final
do filme. Acredito que pelas experiencias que ela já teve, sua percepção
de vida é diferente da minha - enquanto eu tento entender mais
profundamente nossa humanidade ela busca a praticidade das coisas e as
simplifica entre branco ou preto, nada se diz do cinza ou das nuances
por qual se passa entre uma cor e outra. Incrível como é que exatamente
nessas nuances que se encontram nossos sentimentos; contraditórios,
paradóxos e singulares sentimentos. E por mais que tentemos transformar
o nosso mundo simplificado em sim ou não, somos mais complexos do que
isso. Ser um ser humano é ser talvez, não é ser dúvida constante, mas
ser livre constantemente para mudar de opinião.

O texto:

O homem lúcido

O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e
emoções que nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte. O
homem lúcido sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor,
posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode
ser considerada um mal.
O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência.
Sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer
momento, interrompendo a sessão do circo.
Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas
as suas possibilidades. Passeará por seu campo aberto e por suas vielas
floridas. Saberá ver a beleza em tudo. Terá amantes, amigos, ideais.
Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até as
doenças. E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los
com coragem e mansidão.
Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada, cercado
por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura. Pairará então,
sobre sua memória uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito e fez
bem às pessoas.
A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos
maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos
favoráveis. O homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento dos
Deuses, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os
acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria.
Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos.
texto Caldaico(*) do VI século a.C.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hello, girls tenho novidades!


NÃO EU NÃO ME CASEI!
Estava chegando em casa quando encontrei uma vizinha minha, muito amiga da familia e eu abri o maior sorriso pra contar a ela minha novidade, antes mesmo que eu dissesse o que era, ela perguntou: "O quê? Tá namorando?"
Meu sorriso murchou na hora, porque sempre esperam isso de mim? Que minha felicidade tenha testosterona e pêlos? Não, eu não pretendo adotar um macaco e muito menos estou com um namorado, eu ficaria com o "George, o curioso" por enquanto. Estou cursando minha pós em produção de moda! Isso é demais! Pois é, incrível como ela estaria mais feliz se eu optasse pelo macaco ou no caso o homem. Vai saber porque isso acontece? Todo mundo quer se casar e todo mundo está se divorciando. Mas se eu não arranjar um namorado, não tenho motivos pra ter um lindo e largo sorriso no rosto. É tremendamente ultrajante o que uma garota solteira tem que passar, toda essa cobrança em volta da vida pessoal e sentimental, me faz pensar seriamente em porque querem isso de mim. Não vou negar que estou sozinha por exigência demasiada, mas não quero me frustrar.
Hoje em dia casamento é basicamente isso: compromissos, leis, mentiras, verdades, dois seres humanos amarrados por um contrato de pouca duração e sem muitas garantias. Beleza! Um excelente motivo pra sorrir. Como o Coringa, só se for.
Não me entendam errado, não sou contra a maior instituição social criada por Deus, quero isso como todo mundo, talvez eu tenha uma visão utópica de casamento ou não, pois cresci com um bom exemplo real de um casamento feliz em casa e espero ser tão amada como minha mãe foi e amar alguém da mesma forma. Não quero as partes chatas apesar de saber que elas vem no pacote, mas quero fazer alguém feliz, isso eu sei que quero.
Muitas mulheres preferem se matar na academia pra ficar gostosa, e eu prefiro me encontrar, talvez assim alguém me encontre. Fazer um homem desejá-las mais do que qualquer coisa, pra quê? Vai cair tudo depois de um certo tempo. E vai ter que ajustar com bisturi e misturas químicas e isso é só pra manter o tesão. Nada se fala sobre a conversa, o cuidado, respeito, o carinho e o compartilhar. E o bom ficar juntos e se curtir? Curtir momentos, dividir seus detalhes, suas manias, agradar com coisas pequenas que imprimem na memória do outro o seu jeito de ser, único, especial e insubstituível. Valorizar esses momentos é que fazem dos chatos pequenos e irrelevantes.
Estou curtindo a minha vida e os meus planos, que estão se tornando reais, e me fazendo feliz enquanto não tenho alguém pra fazer feliz e que me faça igualmente feliz. Me disseram uma vez que era pra eu cuidar do meu jardim que um dia as borboletas viriam.
Elas virão, enquanto eu me encontro, alguém pode me encontrar.
Por enquanto "George, o curioso", você é o fofo que me faz rir.