segunda-feira, 18 de março de 2013

Dos dramas desnecessários: corte todos!


Para uma garota de 8 anos seu maior drama é o porque que o garoto mais lindo da escola não olha pra ela.
Aos doze é porque o seu corpo não é tão desenvolvido quanto o da sua prima. 
Aos 15 se os pais vão parar de encrencar com sua escolha pra namorado, se estiver solteira porque seu cabelo é tão ruim ou sua pele tão oleosa, e porque os dentes estão tortos.
Aos 18 os ciúmes do namoro e as proibições dos pais, se estiver sozinha o drama de estar solteira e se vai seguir esse padrão até os 20.
Aos 20 é choradeira, porque ele não pede logo ela em casamento e acaba com essa tortura.
Aos 25 solteira é desespero total, as amigas já casadas algumas com o primeiro filho e ela nem namorado tem. Qualquer um parece o cara certo e a decepção ao descobrir que não parece a morte.
Aos 30 ela já sofreu com tudo isso e já cansou de qualquer propensa lágrima, já teve cabelo ruim, usou óculos de armação feia, engordou e emagreceu, perdeu amores, chorou por eles, teve espinhas, foi a batizados de filhos de amigas aniversários de bebê, casamentos, foi madrinha, conselheira de adolescentes e chamada diversas vezes de tia ou senhora sem ter um sobrinho ou marido pra justificar o termo. Embora todas essas coisas na vida de uma mulher solteira pareça uma tragédia, há um sorriso exemplar no rosto dessa. Uma vida dupla justificaria, mas é uma esperança velada e escondida. Ou melhor cada um desses percursos foram lascas a lapidar seu diamante, foram a dieta para um coração perfeitamente saudável, foram dramas eliminados que tiraram de seu peito as lágrimas e o peso. 
Afinal, eliminar dramas é mais fácil que perder calorias, não é mesmo?
E aos 30 anos se aprende a ser prática e se sentir leve, livre e solta, sem dramas desnecessários, simplesmente ser feliz, com o que tem e com o que vê da vida dar aos outros, sem amargura ou inveja, a vez chega pra todos e a dela chegará. 
Ver em tudo isso a mão de Deus sobre seu coração poupando-a de uma gravidez fora do tempo e do propósito, de um propenso divórcio e de marcas muito mais profundas e irremediáveis. Ela escolheu esperar por um bom futuro, estava prometido, não? Estava ali em algum lugar ao alcance de seus olhos, a espera do momento certo a ser revelado. Até que ela viu e pode livremente aceitar o que era seu por direito, o amor, o respeito, a admiração e o carinho. Ser a princesa sem reino palpável porém totalmente real, com o selo do Rei seu Pai receber a dádiva esperada e tão sonhada: o seu momento a sua vez de não só sonhar mais realizar.

terça-feira, 5 de março de 2013

Os miseráveis

Simplesmente amei! Já esperava amar, chorar, me emocionar, me arrepiar e tudo mais. Me surpreendi com o Hugh Jackman, como fã eu já sabia que ele fazia musicais antes do Wolwerine, mas vê-lo fazendo o que ama foi emocionante e surpreendente como ele tem fôlego. Eddie Redmayne foi tocante, chorei junto com ele, senti cada nota interpretada que voz maravilhosa, talento incrível! Russel Crowe foi digno como sempre!

Um ps. pra quem não gosta de musicais se reserve ao direito de perder toda essa beleza, a criticar por não gostar de um filme de 3h puramente cantando, ou se assistir e não gostar me reserve de suas críticas, avisei.
Ninguém me preparou para tamanha beleza do texto de Victor Hugo.
Em  um enredo onde um homem escravo da misericórdia o outro escravo das leis e ambos são por suas condições miseráveis, numa sociedade vítima de si mesma, do que se torna ao chegar ao nada.
A dualidade do pensamento mostrando claramente o embate alma e espírito. A busca pela rendenção numa pequena luz que mostra no meio de toda a escuridão do ódio uma centelha de esperança. Saber que há dentro de nós como buscar e encontrá-la, afinal do fundo do poço a única saída é olhar pra cima.
Jovens buscando uma causa pra lutar, uma razão pra viver e amar em meio a toda aquela miséria e caos. Olhando sinceramente pra dentro de nós, vemos que cercados das possibilidades e dos bens que nos tornam civilizados, podemos e temos meios pra sermos melhores e piores em níveis medianos. Porém na miséria total a mais pura decisão da nossa alma escolhe o que em si é mais forte, o caminho da redenção ou o caminho mais sujo em que ela sempre habitou. Sem nada, sem Deus ou misericórdia, não há esperança, só morte e nosso mal e ele pode ser pior que nossa condição social.