sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um calcanhar de Aquiles que não me larga.


A minha vida pós Buenos Aires pra quem me conhece sabe que mudou muito, 360º na verdade. Tenho outras perspectivas, me vejo melhor no espelho minhas estrias e celulites desapareceram como que por mágica. Não consigo mais ver falhas em nenhuma parte do meu físico. Se o amor é cego, eu estou apaixonada por mim, tudo em mim é lindo! Minha auto estima ta no alto. Eu aprendi a ser solteira sem ser solitária e deprimida, sempre invejando e desejando ansiosamente a felicidade e sofrendo por antecipação, deixando de ver minha vida acontecer. Agora aconteço e vivo!
Aprendi a me divertir com minhas amigas e amigos, aprendi a flertar com classe, a ver e ser vista. Fazer novas amizades, ter um andar confiante. Ter um sorriso que mexe com o outro, sem medo, ou uma timidez que me levaria a pensar: "E se eu tivesse olhado será que ele teria falado comigo?" Aprendi a atrair e a repelir quem não me interessa, a dizer sim quando tenho vontade e não sem piedade. É leve, normal natural como a vida deve ser. Ser solteira no Rio de Janeiro parada em qualquer praia, solta em qualquer lugar. Não sou de ninguém e muito menos de todo mundo. Pertenço a Deus e ao vento e vou pra onde a maré me levar, livre, leve e solta, feliz, feliz, alegre, alegre!
Sair pra jantar fora, e sábados a noite em casa assistindo Saturday night live, no way! Rua pra Lidiane! Sair com as amigas pra tomar um refri e bater papo olhar a rua e ver o que se passa, ta muito calor dentro de casa. Ir bater perna em botafogo quando o stress bater ver as ondas do mar e deixar elas me acalmarem, ir ao teatro, cinema, sozinha ou acompanhada, ir ao um barzinho com karaokê comemorar o aniversário do irmão. Fazer cafuné num gato lindo, com deliciosos e macios cabelos castanhos, um amigo fofo do meu irmão. Ir acampar em Trindade, um pequeno vilarejo totalmente alternativo com praias paradisíacas, fazer novas amizades, Rodrigo e Sabrina, Diogo fisioterapeuta na piscina natural depois da trilha, um carinha interessante, mas não curti muito o sotaque paulista. Voltar picada de mosquito, mas com um sorriso de orelha a orelha. Freedom! Ser jovem, livre e feliz é o que há!
Até me interromperem. Quem? O cotidiano, o facebook e uma fotografia linda de um novo casal. Ele o meu sonho de faculdade, o garoto mais doce que já conheci, dono de um sorriso que mudava meu dia, meu humor. Lá estava ele, sorrindo com ela a mulher mais sortuda deste mundo que encontrou no sorriso dele o mesmo que eu: a paz, a ternura, a beleza, ele. Ela encontrou tudo. E no fundo do meu peito algo ruim se agitou: “Podia ter sido eu. QUE MERDA!” Se eu tivesse tido coragem e peito pra assumi-lo quando tive a oportunidade, se eu não tivesse tanto medo do castigo divino. Tá eu tava certa na época, mas ele parecia ser perfeito pra mim. Ou não, ele deve ser mesmo perfeito pra ela, porque ele tá lindo ao lado dela e melhor: feliz e isso me importa mais! O presente é belo tanto pra eles quanto pra mim.
A verdade é o que é, eu sou o que sou. E todos precisam de um pouquinho de amor.
E apesar de gostar muito dessa minha nova vibe, acho que no fundo, bem no fundo ainda se esconde aquela que quer a doçura dos momentos compartidos, abraços bem apertados aconchegantes e aconchegados, dos beijos suspirados sonhados antes de dados. A delicia do cheiro do outro deixado na pele, marcando o momento e o gosto. A vontade incontrolável de ouvir a voz acariciar os ouvidos e acalentar a alma.
Mas por agora, fico comigo. Fico aqui sendo feliz, estando ótima sozinha e não solitária. Quem quiser me acompanhar que venha, braços macios e abertos, muitos cheiros te esperam, lábios fartos e deliciosos te fariam delirar, mas tem que saber conquistar, tem que saber chegar. O paraíso mora aqui, o pedágio não é caro, mas a trilha é longa. Aventure-se!