sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alguém como você

Foi numa tarde dessas de chuva fina, não eram meus olhos me enganando o céu estava mesmo chorando, não são lágrimas escorrendo no meu rosto, o dia estava quente ainda há pouco. A única coisa que atrapalha meu perfeito engodo é me lembrar de você, eu não posso evitar, o ar está pesado com a umidade que desce e gruda na minha pele como a sua costumava fazer. Ah o problema das lembranças, é que elas trazem consigo cheiros e sensações! Uma lufada de ar entra pela cortina de renda trazendo o cheiro conhecido de musgo e madeira, que me remete ao seu perfume amadeirado. Eu sorrio porque ouço o ranger do portão se abrindo com dificuldade. Que dificuldade você tinha em lembrar de trocar aquela dobradiça. “Dois minutos! - eu dizia - Só vai levar dois minutos!”. E você me beijava me calando dizendo: “To atrasado, prometo que na volta eu faço isso!” Nossa vida corria, como corre a chuva apressada por molhar, e escorria como escorre a lama a dissolver cada pedaço da nossa desgastante relação. Você fingindo que entendia o que eu estava cansada de falar. Cansada... é assim que me sinto. Cansada de não aceitar suas desculpas, cansada de bater o telefone na sua cara, cansada de te deixar esperar. Será que eu consigo mesmo me manter assim tão longe da erosão? Tão difícil de ruir, como a rocha sob meus pés? Será que sou tão imune que agüento fingir que não vejo teu sofrimento, fingir que não sei que você me quer? É, eu sei! Até porque sei bem o que é rejeição e ser rejeitada por você, passei por isso algumas vezes. Trocada por trabalho, trocada por viajens intermináveis pelo homem de negócios que jamais tinha tempo pra ser meu. Agora te vejo me enxergar, agora te vejo louco por me ter de novo em seus braços quentes que antes tão distantes e desmemoriados perdiam a lembrança do que era o meu toque. Mas e eu? O que eu sinto além desse cansaço, além de me manter impedernida por tanto tempo. Essa chuva prova alguma coisa? Prova que uma tempestade pode destruir e abalar, mas uma chuva fina como essa pode ensinar, que lentamente eu quero... Eu quero que você volte pra minha vida! Volte pra consertar a mim e a dobradiça do portão! Olho pro relógio, será que ainda dá tempo? Ta ali! Bem em cima da mesa o endereço, a carta que me recusei a abrir e como já sabia disso escreveu no envelope “VEM COMIGO”. Eu imaginava o que seria. Era um sonho adolescente, uma coisa que prometemos fazer um dia. Viajar juntos de mochila tirando fotografias. Eu amava aventuras antes de renunciar tudo pra segui-lo, ele amava tudo isso junto comigo antes da ambição se tornar a melhor aventura de todos os tempos. Pensei: ‘Podia ser assim, eu ficaria aqui e ele partiria sem mim. Eu ficaria bem e ele também. Conheceria alguém, que curaria a dor de não ter meu perdão, o faria sorrir e parar de chorar por mim. Ouviria isso e passaria por ele na rua. Me lembraria de cada memória fotográfica dos nossos momentos felizes e ao contrario de pensar nele como um amigo de velhos e bons tempos eu sentiria a dor de não ser eu a segurar sua mão.’ E como encontraria alguém que me amasse como me amou? Pensamentos assim me fizeram mudar e correr. O tempo é já! O passado não pode passar, não agora, não pra nós. Eu queria todos os presentes com ele, agora e amanhã! Nessa hora uma entusiasmo infantil correu minhas veias como fogo, entrando em choque com o gelo que me paralisava. Do que eu precisava? Pouca coisa! Joguei tudo na mochila peguei chaves e celular, o envelope e fui. Esqueci o guarda chuva. Quem se importa?! Cheguei ensopada! Encontrei um homem de olhos fitos no chão com as mãos na cabeça totalmente descabelado, o horário tava apertado o trem ia partir logo, mas não consegui correr. Andei. Parei em sua frente e acariciei seus cabelos o fazendo olhar para os meus olhos e como brilhavam aqueles olhos ansiosos que me esperavam. Há quanto tempo mesmo? Seis meses, seis longos meses. Ele se ergueu e limpou os olhos, segurou meu rosto com as duas mãos e sussurrou com voz rouca e firme: “Você é minha!” Eu sorri e o beijei. Quem liga pra que destino iríamos? Iríamos juntos de qualquer jeito. Ele era meu e eu, como ele disse, era dele total e completamente. Teríamos que suspender papeis, eu mudei de idéia! Eu fico nessa história, eu fico com esses olhos, eu fico com esse homem, fico até o fim!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Eles!

Eles se olharam, conversaram. Admitiram: era sério, era bom, muito bom! Eles quiseram, eles brigaram, juntos e também separados. Eles choraram, separados, claro! Eles sorriram, eles lutaram, eles venceram dores e perdas. Se abraçaram diversas vezes, por dezenas de motivos. Eles caminharam juntos um longo tempo. Conhecendo, entendendo, compreendendo, compartilhando. Admirando qualidades, convivendo e afinando certos defeitos. E eles decidiram era isso mesmo: "Somos bicudos que se beijam, a azeitona da sua empada. O Shrek da minha Fiona! O modelete-ator com a matemática e faz todo sentido ser assim!" E não é de surpreender a ninguém que depois de muitos “nãos”, pra eles é sim! Sim, pra toda vida, sim pro resto de nossos dias! Sim pra novas alegrias e algumas tristezas, sim para os filhos lindos mulatinhos e levados, claro! Sim pra uma família enorme e divertida, de parentes, calma Camila! Mas um SIM enorme em CAPSLOCK pra Deus que os abençoou e uniu! Sim agora e sim pra sempre! Amados irmãos esta nova família será um eterno presente!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

No dia 05, memórias de saudades por minha mãe.

Nova Iguaçu, 05 de setembro de 2011. Dois anos sem você... Ainda fico de pernas tremulas quando passo pelo cemitério... Ainda fico tremula quando penso no que perdi com pequenas desavenças desnecessárias... Ainda questiono o porquê o nosso tempo juntos foi interrompido quando ainda tínhamos tanto a fazer e viver... Ah! se você estivesse aqui para ver nosso filho casar... Ah! se você estivesse aqui para acompanhar nossa filha nas aventuras de liberdade que ela herdou de você... Ah! se você estivesse aqui para juntos sairmos em busca de novas conquistas a dois... Quisera voltar no tempo e fazer algumas coisas diferentes, posturas diferentes... Por que tantas reticências? Porque são muitas as lacunas que não mais poderão ser preenchidas, perguntas que não mais serão respondidas, desejos que não mais serão saciados... Ainda assim essa dor já está mais serena e isso é algo que eu não poderia prever, mas ainda dói. Olhar você estático numa foto e lembrar que você era tão dinâmico, irriquieto, ávido por viver, viver e viver... é no mínimo estranho. Deus é tremendo em tudo que faz! Ele realmente sabe até onde podemos suportar qualquer tipo de dor. É Ele que me mantém de pé e não deixou que eu enlouquecesse embora eu ache que não esteja tão lúcida quanto gostaria. Há momentos que a razão foge: ainda não consegui tirar a aliança das nossas Bodas... Mas Ele está comigo todos os dias, eu sei. O tempo não volta, só avança para um distanciamento das lembranças mais doloridas, por isso espero que com o andar dos dias e anos eu possa lembrar de você sempre com essa saudade de quem perdeu algo que enquanto esteve nas mãos foi e será sempre inesquecível. Te amei. Amo lembrar que você existiu e foi grande em presença e importância na minha vida e de todos que o conheceram. Por isso é grande sua ausência. Ainda bem que tão grande quanto você foi são os tesouros de filhos que você me deixou. Te amo neles. Te amarei sempre. Sua, sempre sua Lídia

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Roda Viva de Chico

É estranho como na vida agente as vezes parece voltar no tempo e de
súbito não passamos de crianças inocentes brincando de cabra cega.
Girando a toda força no corre-corre diário sem notar os detalhes ou a
velocidade com que tudo se move, ganha-se e se perde. É do mesmo modo incrível, como também derepente, ela nos solta no meio do lugar-não-comum, estranhamente desconfortável, o chão antes sólido vira maria mole, a vista clara e límpida se embaça, o destino certo e planejado fica turvo, confuso e incerto. Pela primeira vez notamos que nenhum esforço nosso estava sob o controle de nossas mãos e tudo gira como a Roda Viva de Chico, tão inconstante e inconsistente que chega a doer a posse de perder o que nunca nos pertenceu: o tempo e até mesmo a vida que julgamos nossa. Nada passa de vento que sem o ar se pára. E quando agente pára... pra onde agente vai? A certeza agora de que nada possuímos como certo em nossas mãos, que o chão firme sob nossos pés é mera ilusão, o
destino certo a nossa frente é inexistente tal qual a fofa nuvem que
quis me jogar quando menina jurando que fosse de algodão, quando crescida passei por elas de avião... não são de algodão é puro ar.
Exatamente a única coisa que temos, o fôlego de Deus, imperceptível e quase nunca lhe agradecemos por isso, sua essência em nós... que é o que ainda nos mantém de pé após muitas voltas nessa imensa roda!


http://www.youtube.com/watch?v=yCOnU_OiGZs&feature=related

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dia 12



O que o dia 12 de junho representa realmente na vida de um casal?
Pra elas, dia de gastar quase R$200,00 num salão e mais outro tanto de presente, pensando no valor investido nas unhas para não roê-las, enquanto a ansiedade a corrói imaginando o que vai ganhar.
Pra eles, dia de comprar flores, bombons, um livro de romance porque é certo que assim como todas as mulheres gostam de rosas, todas amarão “Um amor pra Recordar” de Nicholas Sparks. Ou para os mais criativos comprariam algo peculiar ao gosto dela, para os mais egoístas compraria aquela lingerie que ele iria adorar tirar.
Porém, alem desse dia. Qual seria o presente ideal?
Para alguns é aquele olhar apaixonado que ela lhe dá com aqueles cachos sapecas caindo nos olhos e as convinhas fundas denunciando um belo sorriso que está por vir. É o saber que aquela mulher incrível é sua de verdade, você merecendo ou não.
Para alguns é ficar agarradinhos dividindo o cobertor e as meias assistindo um filme e compartilhando a gripe por que ele está doente e ela só quer cuidar.
Para outros é ensinar a ela como dirigir, trocar pneu do carro e não ser enrolada por mecânico e defesa pessoal. Fazendo dela uma mulher independente e forte para encarar o mundo com seus próprios punhos, mas se lembrando que quando estiver frágil seus braços irão consolá-la e quando não puder lutar ele lutará por ela.
Para alguns é esperar o outro chegar com uma comida nova que aprendeu a fazer no Youtube, e cabe ao outro elogiar mesmo que este tenha errado um pouco a mão, a intenção do coração é tão boa que vale a pena o antiácido depois.
São erros e tropeços, mas principalmente pedidos sinceros de perdão. São doses intensas de crise e outras ainda mais incríveis de superação. São contas divididas, a compra da casa tão sonhada. A promoção que você conseguiu e ele tinha de ser o primeiro a saber porque era o primeiro da fila a aplaudir seu sucesso.
É caminhada, passos dados juntos de mãos unidas, coisa simples, mas que vem não provar, mas saber que ao seu lado sou mais do que feliz e tenho prazer em mostrar isso.
Ver aquela ruga surgir no canto do olho e lembrar porque, pôde com ele ver o sol na praia se pôr, sorrir muito e por diversas vezes, gritar sem motivo ou com bem alto! Uma prova da existência de uma vida plena!
Ver os cabelos brancos nele e o achar mais charmoso que o Wilian Borner, e esperar ansiosamente para que ele lhe deseje uma boa noite mesmo já sendo de manhã. Kkk
A vida é repleta de momentos presentes e todos eles não cabem no dia 12. Mas na minha vida inteira durante os 365 dias do ano, eu digo sim a todos os presentes, pois todos eles tem a sua presença e este pra mim é o melhor presente.

Dedico este meu texto a todos os amores compartidos e corações aquecidos neste inverno de junho. A todos os queridos e queridas que se amam e se aturam durante o ano todo e que no dia 12 se reconhecem como seus. Continuem amando e espalhando espelhando esse amor. Faz bem pra quem vê, e muito mais pra vocês!
Beijo grande!

Fil 4:6-7
"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus."

quarta-feira, 25 de maio de 2011

E se fossem três amigos...



Bom dia!

Hoje fui extremamente tocada pela meditação da manhã aqui no setor. Duas
histórias que marcam bem a fragilidade da nossa natureza humana e
principalmente mostra como a natureza divina nos revela pequenos e ainda
sim tão amados!
Obrigada Deus por estar sempre nos olhando e constrangendo com esse olhar.
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E se fossem três amigos... Três mochileiros, compartilhando tudo um com o outro, problemas,alegrias, o mesmo sol escaldante na cabeça, iam pra todo lugar juntos,
rachando a conta, dividindo o peso e o mesmo propósito e destino. Um
deles que era da maior confiança tomava conta da grana, o outro era bom
de briga e dava conta da segurança, o outro o líder deles, o cara que os
uniu era muito bom de papo, carismático e sabia fazer amigos como
ninguém, falava a língua de todo mundo.
Esses três percorriam várias cidades fazendo novos amigos e seguidores.
Já tinham um número bem grande, a contabilidade ia ficando confusa, era
muita de gente pra vigiar, pra dar conta, muita gente pra ouvir e ser
ouvida.
A dificuldade começou a atravessar o caminho deles, a grana ficando
curta, o propósito de caminhar naquele sol estava dando lugar a vontade
de ter vida boa e uma excelente aposentadoria.
Uma proposta tentadora cruzou o caminho de um deles, estabilidade
financeira, descanso para os pés e o corpo cansado. Afinal, era só pra
fazer um favor, por algumas perguntas, uma pausa naquela correria cairia
bem. Era só dizer um nome e mostrar quem era o cara.
E além do mais ele não ia se dar mal, era bom de papo que
mal havia? Ele dobraria todo mundo e nada de mal lhe aconteceria, era o que esperava que acontecesse, afinal ele era seu amigo.

As afrontas eram grandes e o segurança se sentia plenamente capaz de dar
conta de todo mundo. Ele era forte, era bruto e ninguém ia se meter a
besta com ele. Ele era destemido e defenderia seu amigo até o fim se algo acontecesse.

Até que a hora chegou, a hora da verdade. Até onde vai uma amizade?
Quanto ela vale? Todo mundo tem um preço, tem um calcanhar de Aquiles
pra vencer? Tem peito pra encarar? Você consegue?

Esses dois não encararam, na hora da verdade a amizade sumiu, na hora da
coragem o medo assumiu. E a traição venceu o amor! Ambos o abandonaram
no meio da estrada sozinho e desamparado. Seu homem de confiança o
traindo por alguns trocados, tirando os olhos do destino futuro para um
agora que passa. Seu braço forte o deixando cair quando este precisaria
de uma mão.
E ele sabia que isso aconteceria, quem é bom pra falar também é ótimo
para ouvir e perceber a sensível e fina fraqueza do ser. A dor não
diminuiu por isso, por que simplesmente o amor dele não foi vencido por
nada.
Dessa vez o homem das palavras não ousou dizer palavra alguma, seus
olhos para cada um foi todo o seu argumento, todo o seu discursso. Eles
o ouviram por anos. Será que esqueceram? Das risas, das sandálias
arrebentadas, das noites ao relento contando estrelas, do partir do pão,
do carinho de irmão, da parceria incondicional?
Esse olhar foi o tiro no peito do homem de confiança, ele não podia
conviver com as lembranças e com a certeza de sua culpa, ele não
conseguia se lembrar do perdão, ele só conseguiu ver seu erro lhe
acusando pra sempre.
Esse mesmo olhar foi o embaçar da vista do homem forte que agora chora!
Que agora implora pelo perdão daquilo que ele considera imperdoável. Que
agora se vê pó e enxerga um amor tão digno que lhe dói a alma pela traição.
Ele queria ser de novo sua proteção, ele precisa mais uma vez estar com
ele e dizer o quanto seu amor é importante. Precisava por três vezes
reinterar o amor que negou sentir. Pois sua força nunca esteve nos seus
braços e sim na certeza do lugar onde sua alma estava firmada.

Onde foi que me esqueci de quem tu és, em que parte te neguei pra pensar
primeiro em mim?
Na minha segurança, nos meus sonhos em primeiro lugar. No meu eu
particular que não permiti, não te autorizei a entrar? Quando me
entreguei a ti pela metade, quando me pediste tudo?
Onde foi parar o propósito de andar contigo que se perdeu de mim? Me
recorde de novo da sujeira nos pés, me recorde de novo como é se
humilhar a si mesmo e se prostrar como servo e com amor lavá-los!
Preciso me lembrar do que querias de mim. Fé incondicional, amor
imparcial, seguir seus passos sem olhar pra trás sem olhar pra mim.
Deixar que seu olhar me modifique completamente até ter tua aparência,
resplandecer tua Glória.
É tudo o que peço por agora.

Lidiane Arsenio
23/05/2011
Inspiração Lucas 22

terça-feira, 10 de maio de 2011

Um brinde a amizade!



Hoje eu estou muito feliz em especial por uma grande amiga que começa hoje no seu novo emprego. Amiga de muitas risadas, amiga de muitas lágrimas, de muitas datas, broncas, amiga sem frescura a nossa "machinho", capa de durona, mas com uma bela alma sensível! Amo essa menina de coração e sei o quanto ela esperava por isso e o quanto corremos atrás em busca desse emprego. Treze anos de amizade comemorados em Buenos Aires, eu ela e Beta. Três figurinhas distintas, Betinha a doce meiga, Aline a durona e macho da história "Bruce Willis" que o diga ele tava mais pro "Coisa" do quarteto fantástico, mas por pouco não tomou uma sobrinhada na cabeça por tentar se meter comigo na frente dela.
A-D-O-R-O! Ah claro eu a sem noção e sem filtro completamente louca. As três passando por momentos diferentes na vida, Beta no seu divórcio, eu sentindo abruptamente e tardiamente a perda de meu pai e Aline desempregada, demos um chute nos problemas e metemos o pé pra terra dos chicos! E a vida virou a página pra gente, todas nós voltamos diferentes. Beta mas resolvida foi a nossa guia até a embaixada sem falar uma palavra em espanhol, tinha que ver que orgulho eu senti daquela menina, eu havia sido furtada e tinhamos que voo marcado para o dia seguinte que era sábado e a embaixada não abria caso isso acontecesse eu não teria o salvo conduto pra ir embora e ficaria na Argentina, o que não seria tão má idéia se eu não estivesse dura. Sem a eficiência e maturidade da Beta estaríamos perdidas. Aline descobriu parecia estar na Disneylândia, sair de casa e do nosso mundinho pequeno e limitado fez toda a diferença.
Hoje eu estou terminando minha pós em produção de moda, Beta está morando sozinha novo apê, onde as três etreiaram fazendo uma noite da camisola pra comemorar e agora Aline no seu novo emprego.
Amei mudar com elas, amei virar essa página das nossas vidas, nosso livro está sendo belamente escrito. Três amigas encontrando seu lugar no mundo e unidas pra sempre! E vamos comemorar sempre por que a vida é repleta de lembranças e o nosso sorriso é o maior certificado da existência delas!
Parabéns meninas e parabéns a nós!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ácido ascórbico e meus centavos




Estive lendo por esses dias o livro Delírios de Consumo de Becky Bloom, assisti ao filme e fiquei curiosa a respeito do livro. Na verdade fiquei curiosa a respeito dos meus gastos. Andei ultrapassando o limite e me identifiquei demais com a personagem infelizmente.
Então vim aqui oferecer minha ajuda com o aprendizado que obtive.
No livro constava uma cena muito comum no nosso dia a dia:
A pobre coitada da Becky resolve se adestrar financeiramente, compra um caderno e uma caneta para começar a anotar as suas dívidas, coisa que também fiz recentemente. E vai a luta, comprando coisas mais baratas evitando gastar muito, porém aniversários acontecem e principalmente de pessoas queridas ela tinha que comprar e assim foi. E como também acontece comigo, se abrir a carteira uma vez não consegue mais fechar! Da vontade de comprar coisas que você jura que estava precisando, mas que você nem sabia. Uma coisa puxa a outra até que ela pensa em comprar um batonzinho nude perfeito na moda, quando ela se depara com a placa: "Kit de beleza grátis", é claro, na compra de um creme hidratante, toda empolgada compra o creme que excede ao dobro o valor do batonzinho, mas compensa, afinal o kit é grátis e ainda vem com um batom. Resumindo a coitada termina o dia com uma dívida equivalente a uns 200 reais, e um kit de beleza grátis com um batom fora da estação que encalhou no estoque.

Hoje aconteceu algo parecido comigo, liguei pra farmácia para pedir um efervecente de vitamina C e um antigripal. A atendente me informou que sairia a 23,90.
- Tá puxado! - digo eu - Tem um mais barato, não?
- Tem aqui um de 5,60, mas na promoção você compra três e leva por 14,90!
- Ah tá e junto com o antigripal sai a quanto?
- Sai a 21,90 com o antigripal.
- Ah, legal eu quero um só e o antigripal.
- Mas tá muito barato e você leva três caixinhas com dez.
- Pois é mais eu quero um!
- Essa promoção tá mesmo muito boa, mas tudo bem, fica em 12,90!
- Fechado! - desligo.

O que ela tava pensando? Que eu estava planejando uma vida inteira de gripe?
Que eu queria ácido ascórbico pra família inteira, pra deixar de herança?
Eu quero ficar boa logo e por 12,90, por favor! Não preciso de tanta vitamina C, preciso dos meus centavos!

Obrigada Becky Bloom!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Chegaaa!!!


Querem saber? Adoraria voltar no tempo e talvez, quem sabe reduzir a marcha de todos esses loucos acontecimentos. Eu tive uma infância que não vejo meus primos terem, não vejo meus futuros filhos terem essa mesma chance. Drogas, sexo precoce, gravidez na infância, violência por toda parte, distúrbios emocionais em toda a sociedade, pais doentes emocionalmente se matam e deixa órfãos seus filhos, todo o conceito de família sendo distorcido e cada vez mais por um egocêntrismo doentio. A vida tem sido reduzida pela metade, todos correm contra o tempo com estéticas e se esquecem de viver sua própria idade. Esquecem que amadurecer de verdade trás a sabedoria que os mais jovens precisam pra saber crescer, pra saber viver e conviver.

Eu penso no meu futuro filho que ainda não nasceu e que mundo e diretriz darei a ele e tenho medo, medo dele chegar até o portão e voltar com o dedo na minha cara me dizendo que o mundo mudou de novo em apenas cinco passos. É a minha voz contra a do mundo em alta rotação que eu temo com minha fraca voz não conseguir mudar.
Ninguém mais pára pra pensar, ninguém pensa na próxima geração e o que deixaremos pra ela. Destroem a natureza que os alimentaria, o ar que os faria respirar melhor, a maioria dos bebês já nascem com deficiências respiratórias, é a camada de ozônio unida à falta de consciência. Cuida do teu planeta como cuida de ti se é que de ti cuida um pouco melhor.

A comunicação em massa perdeu a qualidade, e virou plural, infectando a todos com o vírus do comum e público. Já não se senta ao lado de teus avós para ouvir histórias, já naão se sentam a mesa para o jantar e comentar o dia. Meu velho adorava isso e confesso que pouco valorizava esses momentos, porém graças a ele eu os tive. Junto com todos os princípios que ele me passou, além de toda a atenção, carinho e amor. Isso se passa com tempo e dedicação ao outro não a si mesmo.

Odeio esse monte de "Eu's"! Essa imensa concentração em si mesmos danifica o DNA da alma. Quem vive pra si esquece que precisa dos outros e que outros precisarão dele. Cheios de si não tem nada a oferecer, são ocos, o eco só responde a sua própria voz. Como amadurecer e crescer assim? Aprendi muito cedo que amigos e todas as pessoas que conheço me dão um presente pra vida. São pequenos diamantes que unidos enchem meu baú de tesouros, uns sem lapidar, outros sujos ainda da escavação dolorida de um relacionamento que acabou mal, mas ainda sim deixa seu presente a ser limpo e visto como um belo aprendizado num dia posterior.

Crescer dói queridos, ver as pessoas que você ama partindo também dói muito. Negligenciar a vida que temos em detrimento a uma que imaginamos ou que compramos pela tv, email ou pagseguro não é viver. É se enganar, é atuar buscando aplausos num teatro vazio porque o ator é a platéia e ambos estão completamente enganados quanto ao enredo e o texto.

Me disseram pra me acalmar, me disseram pra ficar na minha, sacudiram os ombros, baixaram a cabeça e confessaram: “Fazer o quê? O mundo é assim só nos resta aceitar”. Eu disse não! Não vou calar, não vou ceder e muito menos aceitar. “Não vos conformeis com esse mundo...” foi o conselho que Ele me deu e é esse que eu vou aceitar and follow.

Estou realmente apavorada com o ritmo louco deste mundo, parece mais um parque de diversões muito colorido onde todos os adultos se vestem de crianças e ignoram os avisos. Eu já estou tonta neste carrossel, já comecei a vomitar.
E você ainda acha divertido?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um calcanhar de Aquiles que não me larga.


A minha vida pós Buenos Aires pra quem me conhece sabe que mudou muito, 360º na verdade. Tenho outras perspectivas, me vejo melhor no espelho minhas estrias e celulites desapareceram como que por mágica. Não consigo mais ver falhas em nenhuma parte do meu físico. Se o amor é cego, eu estou apaixonada por mim, tudo em mim é lindo! Minha auto estima ta no alto. Eu aprendi a ser solteira sem ser solitária e deprimida, sempre invejando e desejando ansiosamente a felicidade e sofrendo por antecipação, deixando de ver minha vida acontecer. Agora aconteço e vivo!
Aprendi a me divertir com minhas amigas e amigos, aprendi a flertar com classe, a ver e ser vista. Fazer novas amizades, ter um andar confiante. Ter um sorriso que mexe com o outro, sem medo, ou uma timidez que me levaria a pensar: "E se eu tivesse olhado será que ele teria falado comigo?" Aprendi a atrair e a repelir quem não me interessa, a dizer sim quando tenho vontade e não sem piedade. É leve, normal natural como a vida deve ser. Ser solteira no Rio de Janeiro parada em qualquer praia, solta em qualquer lugar. Não sou de ninguém e muito menos de todo mundo. Pertenço a Deus e ao vento e vou pra onde a maré me levar, livre, leve e solta, feliz, feliz, alegre, alegre!
Sair pra jantar fora, e sábados a noite em casa assistindo Saturday night live, no way! Rua pra Lidiane! Sair com as amigas pra tomar um refri e bater papo olhar a rua e ver o que se passa, ta muito calor dentro de casa. Ir bater perna em botafogo quando o stress bater ver as ondas do mar e deixar elas me acalmarem, ir ao teatro, cinema, sozinha ou acompanhada, ir ao um barzinho com karaokê comemorar o aniversário do irmão. Fazer cafuné num gato lindo, com deliciosos e macios cabelos castanhos, um amigo fofo do meu irmão. Ir acampar em Trindade, um pequeno vilarejo totalmente alternativo com praias paradisíacas, fazer novas amizades, Rodrigo e Sabrina, Diogo fisioterapeuta na piscina natural depois da trilha, um carinha interessante, mas não curti muito o sotaque paulista. Voltar picada de mosquito, mas com um sorriso de orelha a orelha. Freedom! Ser jovem, livre e feliz é o que há!
Até me interromperem. Quem? O cotidiano, o facebook e uma fotografia linda de um novo casal. Ele o meu sonho de faculdade, o garoto mais doce que já conheci, dono de um sorriso que mudava meu dia, meu humor. Lá estava ele, sorrindo com ela a mulher mais sortuda deste mundo que encontrou no sorriso dele o mesmo que eu: a paz, a ternura, a beleza, ele. Ela encontrou tudo. E no fundo do meu peito algo ruim se agitou: “Podia ter sido eu. QUE MERDA!” Se eu tivesse tido coragem e peito pra assumi-lo quando tive a oportunidade, se eu não tivesse tanto medo do castigo divino. Tá eu tava certa na época, mas ele parecia ser perfeito pra mim. Ou não, ele deve ser mesmo perfeito pra ela, porque ele tá lindo ao lado dela e melhor: feliz e isso me importa mais! O presente é belo tanto pra eles quanto pra mim.
A verdade é o que é, eu sou o que sou. E todos precisam de um pouquinho de amor.
E apesar de gostar muito dessa minha nova vibe, acho que no fundo, bem no fundo ainda se esconde aquela que quer a doçura dos momentos compartidos, abraços bem apertados aconchegantes e aconchegados, dos beijos suspirados sonhados antes de dados. A delicia do cheiro do outro deixado na pele, marcando o momento e o gosto. A vontade incontrolável de ouvir a voz acariciar os ouvidos e acalentar a alma.
Mas por agora, fico comigo. Fico aqui sendo feliz, estando ótima sozinha e não solitária. Quem quiser me acompanhar que venha, braços macios e abertos, muitos cheiros te esperam, lábios fartos e deliciosos te fariam delirar, mas tem que saber conquistar, tem que saber chegar. O paraíso mora aqui, o pedágio não é caro, mas a trilha é longa. Aventure-se!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ela


Ela é como um dia nublado cheio de cansaço
As nuvens espessas e escuras
Trazem sombras negras no que seria dia claro
Um ar pesado cobre nossa pele como um cobertor enlameado
é pegajoso e não o queremos, mas não há escolha
é o tempo, uma hora passa ou dura mais do que a nossa vontade
Esconde de nós todo brilho que podia nascer em nossos olhos
Desaparece com cada raio quente que poderia aquecer nossos corações
nossa pele fria pela ausência dos braços e dos abraços que foram pra sempre
Mas a chuva... ela arde quente queimando nossos olhos
nos turvando a visão de um mundo melhor e de um dia claro mais a frente.

Não estou falando da ilusão, não.
Também não estou falando da chuva ou do tempo.
To tentando entender a dor de se perder parte de si e ainda sim se manter inteiro.
A dor de perder teu ar, e ainda sim continuar a respirar.
A dor de estar viva, quando a morte te levou algo tão valioso, mas lhe deixou intacto!
A dor de perder minha avó, meus tios, meu pai, minha amiga.

É louco, mas ainda vivo, é pouco mas viver é um alívio, pois no peito ainda vivo bate um coração cheio de recordações felizes de tempos antigos e até recentes onde toda essa gente comemorava comigo, mais um ano bem vindo, mais um triunfo, mais uma decepção, mais uma vida a nossa história a nossa vida.
A vida sempre vive em alguém, aquele que a mantém traz o sol para os dias nublados, traz o sorriso ao se lembrar disso ou daquilo, clareia as nuvens e as dispersa. Que eu seja o sol a me iluminar e aos meus queridos que junto comigo sentiram tanto e tudo, que essa chuva passe de nossos olhos pra limpar o céu.
Pra aproveitar o dia, Deus e a vida!

Estejam em Paz, com aquela Paz, se é pra exceder todo entendimento que exceda este o de tentar entender a dor, a perda e o sofrimento. E vá com Deus por essa nova estrada a nunca ser entendida apenas vivida.