sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Oi, pai


Encontrei um bilhete seu hoje. Do dia em que você descobriu que era meu
pai. Li sobre a sua tristeza e sua felicidade ao saber que eu vinha.
Acertou bem certeiro duas coisas, que eu era uma menina e que eu te amaria, muito e não foi menos e nem de menor forma que me retribuiu a vida inteira. Lembro da foto do meu 1º aniversário eu enfiando o primeiro pedaço de bolo na sua boca, minha mãe disse que você chorou porque ela me deu o bolo e eu ofereci pra você, falei primeiro papai. Durante nossa vida foi meu amigo, meu parceiro, coprotagonista, numa história de uma dupla incrível: nós dois. A vida podia e sabia ser cruel as vezes, mas sempre tinha uma canção a
ser cantada pra história ser mudada. E ficava mais fácil com seu abraço
apertado e seu sorriso forte e sua presença imperiosa ao mesmo tempo que
doce e calma. sinto sua falta, sempre, adorei ver te encontrar de novo em suas cartas pra minha mãe, todos os bilhetes apaixonados que lhe mandou a vida inteira. Por falta de amor jamais morrerei, tenho um Deus que me ama demais e me deu você por todo o tempo que precisei, e fui extremamente amada e amei esse exclusividade imensa de pai que estendia aos meus amigos seu amor e os punha embaixo de suas asas.
Agradeço, sempre que me lembro e um sorriso ou uma lágrima me surpreende agradeço!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Toda vez que eu chego.


Toda vez que eu chego o coração se acalma, parti sem pensar na volta,
voltei sem ter planos nada precisa mudar, nada precisa mudar pra sempre.
Enquanto o tempo passa eu viro as páginas também sou página virada
Qualquer tristeza passa se eu puder ficar aqui um cheiro que eu conheço bem,
momentos que são todos meus só meus.
Toda vez que eu chego."

Luiza Possi

Quando ouvi essa música eu amei, sou diferente dessa calma toda. Minha intensidade e urgência por mudanças me torna faz esse furacão de ansiedade que não permite muitas pausas, muito menos demoradas.
Concordo com viro as páginas e tb sou página virada. Hoje sorri ao ver um linda menina que virou amiga do "ex-marido" ela parecia o tipo perfeito pra ele e gostei disso, eu virei a página com ele, Adeus, disse para ele aproveitar a vida e se divertir, hoje me vejo uma pessoa muito desapegada de algo tão bom que eu deveria ter me apegado ou normalmente me apegaria.
Não há tristezas, talvez as vezes uma pequena falta do meu velho pai e aí sim ela passa se eu puder ficar aqui com um cheiro que eu conheço bem, momentos que são todos meus, só meus. Ele me ensinando a andar de salto alto, dançando tango comigo na sala, depois de um briga feia fazer a maior sujeirada na cozinha um jogando borra de café no outro rindo de se acabar igual criança. Isso me traz lágrimas e sorrisos. O resto é só andar pra frente mudando sempre, todos os dias, vejo minha casa em obras, e não é diferente de mim, em construção, fazendo planos pro futuro sem saber ao certo o que será, mas será novo e diferente, toda vez que eu chegar.