segunda-feira, 4 de julho de 2011

Roda Viva de Chico

É estranho como na vida agente as vezes parece voltar no tempo e de
súbito não passamos de crianças inocentes brincando de cabra cega.
Girando a toda força no corre-corre diário sem notar os detalhes ou a
velocidade com que tudo se move, ganha-se e se perde. É do mesmo modo incrível, como também derepente, ela nos solta no meio do lugar-não-comum, estranhamente desconfortável, o chão antes sólido vira maria mole, a vista clara e límpida se embaça, o destino certo e planejado fica turvo, confuso e incerto. Pela primeira vez notamos que nenhum esforço nosso estava sob o controle de nossas mãos e tudo gira como a Roda Viva de Chico, tão inconstante e inconsistente que chega a doer a posse de perder o que nunca nos pertenceu: o tempo e até mesmo a vida que julgamos nossa. Nada passa de vento que sem o ar se pára. E quando agente pára... pra onde agente vai? A certeza agora de que nada possuímos como certo em nossas mãos, que o chão firme sob nossos pés é mera ilusão, o
destino certo a nossa frente é inexistente tal qual a fofa nuvem que
quis me jogar quando menina jurando que fosse de algodão, quando crescida passei por elas de avião... não são de algodão é puro ar.
Exatamente a única coisa que temos, o fôlego de Deus, imperceptível e quase nunca lhe agradecemos por isso, sua essência em nós... que é o que ainda nos mantém de pé após muitas voltas nessa imensa roda!


http://www.youtube.com/watch?v=yCOnU_OiGZs&feature=related