sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Oi, pai


Encontrei um bilhete seu hoje. Do dia em que você descobriu que era meu
pai. Li sobre a sua tristeza e sua felicidade ao saber que eu vinha.
Acertou bem certeiro duas coisas, que eu era uma menina e que eu te amaria, muito e não foi menos e nem de menor forma que me retribuiu a vida inteira. Lembro da foto do meu 1º aniversário eu enfiando o primeiro pedaço de bolo na sua boca, minha mãe disse que você chorou porque ela me deu o bolo e eu ofereci pra você, falei primeiro papai. Durante nossa vida foi meu amigo, meu parceiro, coprotagonista, numa história de uma dupla incrível: nós dois. A vida podia e sabia ser cruel as vezes, mas sempre tinha uma canção a
ser cantada pra história ser mudada. E ficava mais fácil com seu abraço
apertado e seu sorriso forte e sua presença imperiosa ao mesmo tempo que
doce e calma. sinto sua falta, sempre, adorei ver te encontrar de novo em suas cartas pra minha mãe, todos os bilhetes apaixonados que lhe mandou a vida inteira. Por falta de amor jamais morrerei, tenho um Deus que me ama demais e me deu você por todo o tempo que precisei, e fui extremamente amada e amei esse exclusividade imensa de pai que estendia aos meus amigos seu amor e os punha embaixo de suas asas.
Agradeço, sempre que me lembro e um sorriso ou uma lágrima me surpreende agradeço!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Toda vez que eu chego.


Toda vez que eu chego o coração se acalma, parti sem pensar na volta,
voltei sem ter planos nada precisa mudar, nada precisa mudar pra sempre.
Enquanto o tempo passa eu viro as páginas também sou página virada
Qualquer tristeza passa se eu puder ficar aqui um cheiro que eu conheço bem,
momentos que são todos meus só meus.
Toda vez que eu chego."

Luiza Possi

Quando ouvi essa música eu amei, sou diferente dessa calma toda. Minha intensidade e urgência por mudanças me torna faz esse furacão de ansiedade que não permite muitas pausas, muito menos demoradas.
Concordo com viro as páginas e tb sou página virada. Hoje sorri ao ver um linda menina que virou amiga do "ex-marido" ela parecia o tipo perfeito pra ele e gostei disso, eu virei a página com ele, Adeus, disse para ele aproveitar a vida e se divertir, hoje me vejo uma pessoa muito desapegada de algo tão bom que eu deveria ter me apegado ou normalmente me apegaria.
Não há tristezas, talvez as vezes uma pequena falta do meu velho pai e aí sim ela passa se eu puder ficar aqui com um cheiro que eu conheço bem, momentos que são todos meus, só meus. Ele me ensinando a andar de salto alto, dançando tango comigo na sala, depois de um briga feia fazer a maior sujeirada na cozinha um jogando borra de café no outro rindo de se acabar igual criança. Isso me traz lágrimas e sorrisos. O resto é só andar pra frente mudando sempre, todos os dias, vejo minha casa em obras, e não é diferente de mim, em construção, fazendo planos pro futuro sem saber ao certo o que será, mas será novo e diferente, toda vez que eu chegar.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cinco segundos


Minha vida mudou muito nesses úlitimos dois anos, amei, fui correspondida pela metade, perdi esse amor, me perdi em meio a dor, sofri, e perdi pra morte o meu maior amor, meu pai, tudo junto misturado e sem intervalo, surtei juntei duas amigas no surto e viajei pra Argentina, precisava de um lugar pra ficar só me conhecer me reencontrar, muita coisa boa aconteceu lá.

Agora to de volta a minha casa, to nesse corpo que sempre foi meu, nesse rosto que sempre foi meu, mas que eu nunca havia notado. To nessa vida que sempre tive e nunca dei muito crédito, mas tenho esses olhos que antes achava que enxergava, mas só agora é que realmente enxergo. Quem eu sou de verdade, e não tem nada a ver com aquela casca oca e opaca que andava por aí. Descobri o que era aquele grito preso dentro de mim, era eu, louca pra fugir, escapar daquela cela que me enfiei, com todos aqueles medos, e receios.

Olhei antigas fotos. É engraçado, ver algumas fotografias. Eu sei que nas fotos sempre dá pra fazer pose e por cinco segundos esquecer que sua vida tá uma merda, a menos que tenha um olhar transparente e sua pokerface nunca apareça pra te salvar, vc finge por aqueles 5 segundos que tá tudo bem. Tá... tá... mas nem sempre é assim. Eu ainda não sei explicar porque agente aumenta até a décima potência nossos bad moments e nos esquecemos fácilmente dos bons, se colecionássemos boas coisas, as ruins ficariam tão menores, tão ínfimas. Nas fotos me recordei de momentos em que eu não estava fingindo felicidade, eu estava feliz, só que eu encaixotava essa felicidade nos cinco segundos e a mantinha ali, como se isso fosse a excessão da minha vida e não a regra.

Em Buenos Aires, tomei chá de verdades, tive dr's, desentendimentos com affair e até bodes, mas foram eles a parar nos cinco segundos da caixinha. eu não sei se os ares de Buenos Aires mudaram de vez o curso do meu vento mais eu gostei. Gostei de manter sempre o que é bom, pelo máximo de tempo possível. Tá chovendo, se molhe, se lave, corra e dance na chuva feito criança e daí que você pode pegar um resfriado? Vitamina C existe pra isso. E daí que tá frio, tá agente reclama, mas põe o casaco.

Vá ser feliz por mais de cinco segundos, transborde sua caixa a faça ser maior que você, deixe ela fazer sombra sobre seus medos, os deixe pequenos e seja grande. Abuse dos seus sonhos, você pode acordar com eles sendo sua realidade.

Eu nunca mais conseguirei me ver como me via antes, porque sou outra, sou aquela que se libertou da caixinha de tempo e espaços curtos. Deixei de ser bonsai pra ser árvore frondosa, pra abrigar quem quiser e precisar.

sábado, 20 de novembro de 2010

Gracías



Minha vida costumava ser, olhos fitos ao chão, sendo sempre o trem de pouso, sonhando em ter asas nas costas, olhando as asas dos que vão adiante de mim e admirando seus belos vôos. Às vezes os impulsionando a ir mais alto e mais longe do que eu jamais poderia ir ou alcançar.
Mas, satisfeita de ver sonhos se tornando reais, fechava os olhos e por um momento acreditava que um dia quem sabe aconteceria.
Meus olhos no chão admiravam as pedras frias e o chão cinza da estrada, nada mudava, era sempre o mesmo, tendo a cautela de não tropeçar seguia só, cinza e calma.
Os meus olhos ao chão reparavam como meus pés eram feios e magros, minhas pernas finas, da caminhada só, sempre só, sempre tão eu sem nada demais.
Até que essa caminhada me cansou e surtei, peguei o primeiro vôo que encontrei pra fora daqui, pra fora de mim, não acreditando que fosse mudar, mas torcendo pra que acontecesse... E aconteceu, novos olhos, um novo horizonte, um novo lugar.
Me peguei dançando com meus pés feios em braços lindos, me peguei com meus pés correndo na chuva feliz da vida por estar encharcada de felicidade.
Me peguei vivendo e acontecendo, fazendo da estrada onde passava, não mais um caminho, mas minha passarela.
Me peguei andando pela rua e vendo a vista e não mais o chão, parei de fitar os pés que eu julgava feios e então fui pega por belos lábios que os beijaram e me mostraram o quanto eu era linda.
E começou aos poucos, um novo lugar nascer dentro de mim, ou talvez tenha sido um bocejo do despertar de alguém adormecido há anos, pra ver a vida e ser vista por ela.
Era ela, e era bela e era eu, eu mesma se apresentando na missão de simplesmente viver!

Ps.:Graças aos ares de Buenos Aires.

Gracías, Buenos Aires, por seu carinho, sua história e seus personagens.
Gracías por fazer de mim a protagonista de minha história pela primeira vez.
Ah... claro! Gracías chicos latinos, cheirosos e lindos de morrer, por me acharem linda, me tratarem como uma rainha, fazendo com que eu me veja melhor através de seus belos olhos verdes, azuis, negros, castanhos, amarelos... hummm. Não, amarelos é de outro departamento e desses olhos falo mais tarde.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Faz muito tempo que não posto nada e como já me conhecem sabem que sou desorganizada. Então, enquanto não chega novidades sobre Buenos Aires e minha viagem maravilhosa, pra fora do pais e pra dentro de mim. Deixo pra vocês um texto de uma amiga minha que tem muito a ver com o meu momento atual:

Alice tinha a vida tranqüila, sem grandes acontecimentos ou novidades. Sua rotina jamais era alterada. Todos os dias acordava às 6:20h, alimentava o gato após tomar banho e tomava seu café da manhã assistindo o noticiário. Era completamente alheia ao burburinho de pessoas entrando e saindo dos vagões entre as estações de Inhaúma e Catete do Metrô. Trabalhava num escritório de contabilidade e escondia-se atrás de pilhas e pilhas de documentos de uma grande cliente. Nas reuniões sociais, ela estava sempre num canto, quieta, observando as pessoas enquanto ninguém a observava. Um dia Alice não foi trabalhar, o que se repetiu nos cinco dias seguintes. A quantidade de documentos acumulados em sua mesa era absurda. O gato já havia fugido para o apartamento do vizinho. Na semana seguinte, Alice também não apareceu. Algumas pessoas já sentiam sua ausência, na verdade, elas ficavam incomodadas com tantos papeis na mesa dela. Quinze dias após seu “sumiço”, Alice reapareceu. Bem vestida, usava óculos e roupas de grife. Entregou um envelope ao seu chefe e saiu sem dizer uma palavra. Era uma carta de demissão diferente de qualquer outra lida por ele, dizia:

Cansei de ser uma geladeira. Não quero mais ser aquela de quem as pessoas só valorizam quando não estão mais perto. Quero ser valorizada a todo instante, ainda que seja tímida, ainda que seja quieta, ainda que seja eu mesma. Quero ser valorizada enquanto vivo, enquanto sinto, enquanto ouço e vejo o que está a minha volta. Estou me demitindo da função de contadora e da vida medíocre que aceitei por tanto tempo. Deixo de ser geladeira para ser água: essencial!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Seja você é tudo o que precisa ser

Por que será que sempre colocamos a responsabilidade de nossa felicidade
no outro? Já observaram que os momentos mais infelizes de nossos amigos
e de nossas famílias são justamente aqueles que se trata de um rompimento amoroso? É como se ao terminar um relacionamento a pessoa deixasse de ser. Mas é justamente neste processo doloroso de término que muitas vezes entendemos o que somos necessariamente.
Ninguém pode ser feliz dependendo do outro. A nossa felicidade é responsabilidade única e exclusivamente nossa. Sendo, uma atitude profundamente egoísta responsabilizar o outro por não conseguir a plenitude individual. Desde que o mundo é mundo, que as grandes histórias de amor surgiram, que acreditamos fielmente nessa idéia de uma felicidade plena ser conquistada com o outro. Sonhamos com o casamento ideal, conhecemos alguém e já imaginamos nossa vida com aquela pessoa. Lotamos os cinemas para assistir aquela linda história de amor na busca de um uma felicidade que não precisa ser buscada , pois ela está muito próxima. A felicidade não está fora, está dentro da gente. E não precisamos de outra pessoa para que ela apareça. Mas sim, precisamos entender quem somos realmente, quais são nossos sonhos, o que gostamos ou não gostamos. As vezes sabemos exatamente qual é comida predileta do outro, a música ou o livro. Mas quando alguém pergunta qual é a nossa cor predileta fica um silêncio por que não lembramos mais. Não lembramos, por que nessa busca desta pseudo felicidade nos anulamos achando que isso é ser feliz e chegamos ao ponto de não lembrar o que gostamos. Não podemos passar a vida inteira responsabilizando o outro, pois muitas vezes o outro sai de nossas vidas por que perdemos o que ele mais amava em nós. A nossa personalidade .

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fala velho

Hoje o dia foi péssimo, muito trabalho, muita pressão, mas isso é comum.

Pouca colaboração, muita irritação, eu esquecendo do que era bom.

Chegando em casa cansada de cabeça baixa ouvia a voz fraca de um velho falando com sua neta,

ele apontava pro céu e percebi que era a hora certa

Lá estava ela, o maior refletor das minhas noites, a lua bela.

Olhei o velho ensinando sua pequena, me lembrei de tudo o que era bom

Apreciar a lua as seis, ver as estrelas lindas que cintilam como olhos ansiosos dos expectadores

E sorri...

Fala velho, fala pra sua menina aquilo que te ensinaram

Conta tuas histórias de menino, fala daquilo que não vivi

Fala velho que os dias sempre se encerram com um grande espetáculo

e é nossa obrigação estar lá pra assistir, a única deliciosa obrigação

Fala velho que mesmo depois de um dia triste ou chato tem um sorriso a ser dado por estarmos vivos e sãos, por termos olhos, sentidos e sentirmos

Fala velho e não pare de falar a tua pequena que a vida é dura, mas o sorriso muda

Muda histórias, transforma lágrimas em águas de mar, rugas em beleza,

Fala velho que o tempo não pára, mas às vezes agente precisa parar

para descansar a alma todos os dias nos presentes de Deus

Fala velho que um dia você não vai estar aqui pra falar, mas com certeza ela não vai esquecer

O modo como você a ensinou a viver e ver de leve a vida, que viu a lua as seis mesmo nos dias mais intensos e cansados, que a fez apreciar a simples beleza das cores.

Embora haja dias cinzas de dor em que queiramos manter as cortinas fechadas

Todas as luzes apagadas e chorar num canto escuro

A platéia das estrelas nunca se ausenta e o refletor da Lua sempre espera uma nova estréia,

lhe desejando todos os dias como esse velho, pequena, que você tenha

Uma boa noite!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Abrace!

Abraçar, abraços, braços sempre abertos
Incrível que quando pequenos sempre o encontramos
Todos te pegam no colo, te abraçam apertando com um motivo ou sem
A segurança, o conforto, o carinho sempre estiveram ali ao alcance de um braço ou dois
Há tanta paz num abraço, você pode rir ou chorar.
Um abraço verdadeiro, de frente, de peito, corpo inteiro.
Encaixando dois corações felizes ou tristes.
Um que confortar e outro quer ser confortado.
Abraço com cheiro, cheiro bom de felicidade, tranqüilidade.
Abraço de bebê, aquele que te faz suspirar e adormecer de tão seguro que está.
Dizem que toda pessoa precisa de pelo menos oito abraços por dia para
ter uma pequena sensação de felicidade.
Porém no mundo moderno onde o individualismo impera,
os braços tendem a estar cruzados e frios e as pessoas mais sós
Distantes de tudo que se chama “lar” para tudo aquilo que se chama
“realização profissional” travestido em “realização pessoal”.
O que é o mesmo que calçar um pé 38 em um 36, nunca será confortável ou bom o suficiente.
Em um mundo onde o que importa é: “Só te quero perto se me oferecer alguma coisa!”
O contato se torna meramente digital, ou só para uma xícara de café.
O se dar a conhecer e ser mutuamente conhecido tornou-se obsoleto,
perda de tempo e a quantidade de divorcio aumenta a cada dia.
A troca tem sido constante, a satisfação rara.
Desconhecidos com desconhecidos sem tempo para se conhecer,
frustam-se todos os dias com a decisão tomada.
A superficialidade afastou os braços, os restringiu ao aperto de mão.
Afastou os lábios, hoje se cumprimentam com beijinhos no ar.
Mesmo carecendo desse afeto terno, nos isolamos.
João...( Taí um cara interessante), hoje diriam ousado,
porém dentre os doze, aquele que experimentou os braços mais cheios de amor deste mundo.
Experimentou os braços que nunca se cruzaram, nem para uma prostituta,
nem para uma samaritana adultera, nem para um cego, nem para um ladrão...
Nem pra mim , muito menos pra você.
João ouviu seu coração bater, sentiu seu calor, sentiu esse amor de perto.
Hoje há uma pergunta que não quer calar:
Num mundo de braços cruzados e frios, quem daria seus braços para um abraço?
Ele continua de braços abertos, ousaria manter os seus cruzados?!
Abrace! Seus braços podem trazer alegria por apenas um dia.
Mudar uma história, ou quem sabe uma vida.

domingo, 19 de setembro de 2010

Poema de um querido anônimo

Bom, como esse blog se chama 'Poemas e outras histórias".
Aqui vai um poema a pedido de um amigo meu que não quer se identificar:

Não tenho palavras pra descrever a imensa vontade de estar com você, isso porque, melhor companhia não há. Seu sorriso, seu olhar, sua presença... Tudo contenta, tudo fascina, tudo me faz querer a cada dia mais tua presença pra sempre em minha vida. Cada segundo longe, cada metro de distância, cada minuto de saudade só aumenta o meu querer, e a cada ação, cada reação, a sensação, a certeza de que nasci pra amar você, nasci pra contigo viver, pra contigo morrer todo dia de amor e renascer a cada beijo seu. Essa vontade, essa saudade... machuca, maltrata... mas me faz ver como é grande, verdadeiro e Sublime o meu amor por você!

Ps.: O poema é dele não meu.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Just Breathe - recuperando a fé.



Vou falar de fé. Acreditar em algo que não se vê. Também tem a ver com confiança. Se tem algo que eu sou louca pra experimentar é voar de asa delta, mas tenho medo de altura isto é um fato. Fato que eu vou superar quando voar? Não, mas vou aprender que quando coisas boas e ruins me acontecem não depende de mim. Posso morrer ou não e eu não terei nada a ver com isso, só Deus pode me tornar imprudente ou prudente por ter saltado. Confiei no equipamento? Não. No vento? Não. Em Deus somente. Porque em terra firme existem as mesmas possibilidades, com ou sem equipamento a vida é frágil e as circunstâncias são intensas e só Deus tem o medidor exclusivo e pessoal de cada um. Ele sabe como gotejar sobre nós cada dor que teremos que passar nessa vida.
Me lembro quando perdi meu pai e a anestesia que se deu sobre mim, inacreditávelmente eu podia respirar sabendo que o homem que mais me amou e me conheceu e que eu mais amei e compartilhei tudo nesta vida não estaria mais ali pra me consolar, me mimar, brigar comigo, ver a lua e sorrir das minhas bobagens. Mesmo assim não confiava em Deus, Ele sabia disso, sabia que eu não conseguiria e nem queria ouvi-lo, não estava aberta pra isso, mas também não estava pronta pra sentir a intensidade daquela dor. Ele me anestesiou e por isso eu sabia que Ele ainda estava ali e se importava.
Quis me virar sozinha sem Ele. Me preparei pra viver a vida sem lhe pedir consentimento, sem prestar atenção a sua voz como meu guia e protetor, quis pular neste mundo perigoso sem proteção, com a visão distorcida por uma dor não sentida, mas racionalmente presente. Foi aí que perdi dois pais, um pela fatalidade outro por opção e os amava demais. Viver sem um era difícil, sem o outro descobri ser impossível. A dor da alma que clama antes de entrar em coma rasga, queima, enlouquece, por mais dura e firme que possa parecer ser, nada me preparou pra viver sem Deus, uma hora meu muro feito de areia lavada sem alicerce, tijolos e base, iria ruir. Não precisou de uma grande onda pra me derrubar, foi algo simples e pequeno; a realidade por exemplo. A verdade de pertencer a Deus e que com laços de amor Ele certamente me envolveria. Mesmo sem querer uma hora me renderia e foi tão dolorosamente e maravilhosamente que compreendi isso. Hoje minhas mãos estão rendidas com meus braços estendidos ao lado do corpo inérte e frágil, não estou mais de braços cruzados em resistência, me entreguei a misericórdia e a graça, não é nada como eu amo e quero ficar mais perto de Deus, eu amo sim, mas mais do que isso eu preciso. Sei que é difícil andar pela fé, pode parecer impossível as vezes, principalmente quando se aprende a andar com os próprios pés. De olhos abertos nada parece bom ou favorável, mas é por isso que Ele me quer de olhos fechados para esta realidade e de coração aberto para os seus sonhos, certa de que eles são a minha realidade com Ele, a realidade da filha de um Rei.
Ainda não fiz nada e não fazendo absolutamente nada foi aí que parei de lutar contra o Seu amor e pude ouvi-lo melhor, mais perto, mais alto ao mesmo tempo que doce:
Apenas respire! Sou seu ar.

E isso é exatamente o que Ele é. É exatamente isto que eu preciso agora, meu primeiro passo.
Ter fé e respirar.

Afinal, foi pelo fôlego que Ele nos deu que passamos de barro a homens. De sonho a realidade.

domingo, 4 de julho de 2010

Vivi Davvero - Viver de verdade

Uma vez ouvi de uma psicóloga que eu era uma pessoa muito reflexiva e por isso a morte nunca me foi chocante, nem dramática, eu a respeito e a compreendo como algo natural, normal, como dormir e acordar. A morte é simples, é apenas uma história que terminou, um livro que se fechou, todas as memórias e lembranças estão lá. Você pode abri-lo quando sentir saudade, porém não o reescreverá, simplesmente sorrirá de novo, chorará de novo, lembrará de novo, mais nenhuma página será adicionada. O que quero dizer é que a morte me fez pensar a vida, ela não é tão simples, nós a complicamos bastante e às vezes por quebra de relações, decepções damos ela por encerrada, fracassada e ruim. Nenhuma vida é ruim, é só vida, se ainda respira ela continua. Diferente da morte onde tudo acaba se encerra, ela não é o fim de tudo é a apenas o fim da oportunidade. Então...

Não perca a oportunidade de fazer alguém feliz, principalmente você. Escreva uma nova página, uma nova canção, um novo poema, viva um novo amor, uma aventura, diga o que pensa, não engula aquele sapo. Mande pro espaço todas as coisas chatas. A vida é um sopro, faça o possível pra que seja uma brisa deliciosa ou uma escandalosa tempestade, mas não perca a oportunidade de ser você e deixar um best seller no mundo.
Seja único até mesmo pra você, seja novo, se reinvente de novo. Não deixe o óbvio e o comum te encaixotarem, um dia você vai parar numa caixa mesmo. As oportunidades só acabam quando o livro é fechado. Então feche-o com estilo!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Agora eu vou torcer pro Diego



Podem falar o que quiser mais eu queria nem se fosse por rixa ou por diversão ver Brasil na final com a Argentina, seria uma final latino americana, picante como um molho de churrasco. Porém um Brasil pretencioso e desesperado achou que estava ganhando e perdeu a mão no segundo tempo. E agora tem a Argentina vibrando e rindo por estar indo pra final, tem Diego Maradona que veio com fúria sarcasmo e paixão pra ganhar essa copa está realmente cumprindo seu papel, como jogador e pessoa é marra pura. Mas como técnico sabe o que está fazendo. E é por isso que eu digo, nem por marra nem por rixa mas por competência Diego merece ganhar essa copa. Agora eu vou torcer pro Diego, e ver se esses brasileiros jogam com mais fome de bola pra ganhar a próxima nem que seja pela raiva que vão sentir de ser zuado até 2014.
Arrebenta com tudo Diego!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Espetáculo



Me perdoem por não entender de futebol, mas é que sou a torcedora do
espetáculo. Daquele Brasil que me faz suar, gritar, pular e bater no
peito quando o gol sai bonito, vibrando, com o nome do filho, fazendo
bercinho, chorando ou dançando.
Sou daquelas que ainda curtem ver o Robinho driblar como ninguém, que
não esquece os lances lindos de Fenômeno, nem da defesa maravilhosa do
Dida, que ainda lembra do sorriso moleque do Denilson quando fazia a
finta, do Romário e Bebeto em 94, de ver o Ronaldinho gaúcho fazer gol
depois de dançar com a bola com mais quatro jogadores na marcação.
Sou daquelas que gritam e pulam, olham o lance e não se conformam com um
empate ou um zero a zero, uma bola mal dividida num jogo comedido como
um inglês polido que resolve seus problemas num chá morno. Meu jogo é
colérico, tem raça, tem garra, força, é feito de guerreiros, negros
índios, mestiços, é eles não são os mais bonitos, mas fazem a diferença
e assustam só por ser Brasil.
Sempre foi a melhor do mundo é quase Hexa campeã, a única a chegar lá e
não é por simplesmente fazer uma bola rolar no gramado, é por ter um
diferencial que ninguém mais tem, uma ginga, um talento único.
Esse país do futebol que faz agente ter vontade de vestir o filho que
acaba de nascer com a pequena blusa verde amarela passando para próxima
geração o orgulho de ser brasileiro.
A nação que importa jogadores e técnicos porque o que nessa terra dá, só
ela faz; craques inesquecíveis. Nomes que entram pra história, meninos
que crescem na favela e depois vão pra Europa, por que o talento no pé
não exige posição social.
Vamos dar show de bola Brasil, disso agente entende, porque futebol todo
mundo faz.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Amizade

Amizade. É sobre isso que vai tratar cada um dos post desta série.
Cada amigo meu que ocupa um cantinho especial no meu coração terá seu lugar
cativo aqui. Venha e poste seu comentário e venha fazer parte da minha história também.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Akon - Oh Africa

sexta-feira, 28 de maio de 2010

COMÉDIA ROMÂNTICA EU ADORO!


Sabe aqueles dias comuns que de repente te surpreendem com uma simples revelação? Pois, hoje foi um deles. Você está na locadora querendo ver um filme interessante, teve uma semana de cão no trabalho e tudo o que quer é relaxar no conforto do seu sofá assistindo a um filme gostoso e leve. Ok, nada de errado nisso. Até que você se depara com a sessão mais apreciada por você e mais a grande maioria das mulheres da sua idade e na sua situação: Comédia romântica. Ai eu adoro esse filme! E Esse, e esse e esse. Ué não tem filme novo não? Não, você conseguiu consumir a prateleira inteira e repetidamente todos eles. “Muito bem acompanhada”? Não, estava sozinha ou dividindo o sofá com o seu amigo inteligente, charmoso, interessante e que apesar de ser HÉTERO, vocês são "Apenas Amigos". E o que são essas comédias românticas afinal? São lugares lindos, homens perfeitos. Clima? Nem se fala. Agente suspira ao final do filme e se conforma de que talvez um dia isso aconteça conosco, ou não. Mas de verdade o estereótipo dessas mulheres que terminam num lindo e final feliz, somos nós. Somos inseguras, às vezes amargas, nos afundamos no trabalho e não há “Conselheiro amoroso” que dê jeito. Ou somos aquelas aventureiras, malucas de pedra, mas no fundo tão inseguras como as outras, e como essas eliminam todos os princípios se torna imediatamente um convite perfeito para fazer o cara certo perder a cabeça por alguma “Força do Destino”. É claro que esses caras são do tipo certinho, que corre atrás, ingênuos que vão pra você “De encontro com o amor”, nada tem a ver com esses caras que esperam você ir até eles depois de se enforcar no cartão de crédito com aquele lindo vestido, o penteado e salto perfeito. Não, você ainda tem de se arriscar a ouvir um não, ou pior a ser a peguete de alguém que nunca mais vai te ver, nem lembrar de você. Quando tudo o que você quer é marcar alguém com a sua presença e sua personalidade. Só que a “Verdade nua e crua” é que os homens sempre vão querer feijoada antes do pudim, no caso sexo antes da personalidade e a grande maioria decididamente não gosta tanto de doce assim. E o que vamos fazer com todas esses sonhos românticos se na verdade agente nunca sabe quando "Ele não está tão afim de você". No trabalho olha pra aquele menino lindo com pouco cérebro que sempre te deu o maior mole e pensa no calendário correndo e que talvez não seja má idéia quem sabe um "Amor a segunda vista", pensa e repensa, esquecendo que pode não ser tão complicado assim pode ser "simplesmente amor", ou não. Ok fim da noite agente termina a sexta feira louca de vontade de alugar pela décima vez “Connie e Carla” uma comédia onde duas amigas se dão bem se fingindo de traveco e cantando numa casa noturna, uma delas ainda leva o David Duchovny como namorado. Então você considera seriamente a idéia de se tornar uma diva Drag Queen, claro tirando o fato de que não sabe cantar, sua performance em um salto é um completo desastre... É você vê sua chance de conseguir um homem como aquele escapar de suas mãos. Lembra também do ex-namorado que criticava seus filmes de mulherzinha e decide assistir um filme de macho. Pode deixar gente "Antes que termine o dia" termino este post. Afinal de que lhe serviu todo esse conhecimento? É a aventureira com princípios, ao mesmo tempo que é a insegura, linda, inteligente, focada no trabalho, SOLTEIRA e ainda a espera. Já que como dizem “O amor acontece”.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ontem seria seu aniversário 54 ou menos se contar a idade mental. Era meu garoto, era meu amigo, meu melhor ouvinte, sinto falta disso...muita. Era mais que isso, era meu espelho, suas palavras e lembranças me marcam como eternas e únicas digitais. Grande pai, grande cara. Sempre dizia que herdara tudo de ti, como sempre falou: O pinto já sai da casca com a pinta que o galo tem. Sempre nso colocando debaixo de suas asas, sempre acompanhando cada passo e mantendo o ninho aquecido com a sua ternura e sua felicidade em nos amar e demonstrar isso. Nunca tive uma pinta sua e sim uma mancha inteira. Penso na vida e como correm os dias, nove meses sem você, nove meses te trazendo em mim, no meu coração na minha memória. Nos meus dias tendo sua presença e suas palavras me guiando sempre, todos os dias vejo seu sorriso no meu porta retrato, dos seus cinquenta anos. Você tava lindo, feliz que só, tendo por perto todos que o amavam e o amam até hoje.
Toda vez que ouço essa canção de John Mayer: Stop this train, me lembro de nós. Da vida que você me ensinou a seguir e viver, independente do subir ou descer desta viagem intensa que é a vida.
Aqui vai uma interpretação pessoal, não literal dessa canção que mexe comigo.

Não, não sou daltônica, eu sei que o mundo realmente é em preto e branco, o problema é que não consegui dormir esta noite, pensando nesta viagem.
Eu não aguento a velocidade deste trem. É difícil dizer mas não quero ver meus pais partirem. Me assusta o tempo passar, eu só sou boa sendo jovem, brinco com os números e quero que tudo comece de novo. Falei com meu velho e ele disse: "Ei entenda: chegue aos 68 depois dá pra renegociar. Não pare este trem, nem por um momento mude o lugar onde está, não pense que nunca entenderá. Tenho certeza, mais a frente você vai conseguir entender que honestamente filha, nunca vai parar este trem". E então quando eu encontrar um lugar bom de verdade ou estragar tudo e chorar, ainda sim só saberei que estou trafegando no escuro. Quero que parem este trem, eu quero sair fora e voltar pra casa, eu não aguento a velocidade em que ele se move, eu sei que não posso e agora vejo que eu nunca vou parar este trem.

Te amo, paizão.

sábado, 15 de maio de 2010

Sherlock desempregado



Durante toda a minha vida como investigador, meu instinto dedutor e minhas habilidades me deram fama e fortuna. Ah nos meus bons e velhos anos de perícia como eu aprendi sobre o ser humano, poderia conhecê-lo pelos cinco minutos que estivesse em minha presença. Podia encontrar uma agulha no palheiro mesmo que isso fosse improvável. Podia encontrar um marido infiel, mesmo que ele estivesse se mudado para outra cidade, pintado o cabelo se seu novo nome fosse Debby. Uma amiga desaparecida? Fácil! Devido aos seus hábitos e costumes, coisas em comum que fizeram na infância. A encontraria mesmo que seu bom gosto tivesse mudado depois da meia idade e ela resolvesse gostar High School Music, só pra agradar a filha adolescente. Só que agora as coisas mudaram. As pessoas mudaram, estão muito mais urgentes e meu trabalho minuscioso de pesquisa parece ser muito demorado e demasiadamente ultrapassado.
Pois agora lhes apresento o panorama atual das investigações: Eu Sherlock Holmes, um ícone da investigação mundial, estou desempregado, fiquei obsoleto, tornei-me um inútil. Porque sem a minha ajuda hoje qualquer um pode encontrar a amiga na comunidade "Colégio filhas da mãe de 52" no orkut ou então a encontrará em um facebook, sonico, twitter, blog, myspace, skype, msn, imo.im, meebo, ebuddy, enfim em algum desses lugares certamente. E quanto a telefones? Com diversos modelos que fazem verdadeiros milagres além de forjarem provas, tem photoshop, entram na internet, tiram foto, fazem teleconferência, possuem jogos dos mais modernos e entre outras coisas ainda servem para se comunicar, veja só! Marido infiél? Foi-se o tempo que tínhamos apenas um endereço a procurar e talvez um único número de telefone. Hoje temos um rádio com o qual você pode se comunicar com o mundo, dois celulares ou apenas um com três chips, no qual um desses chips pode te dar fama, funk e samba. Ah! Também estou vendendo minha Nikon. Afinal, pra que meu zoom de longo alcance, se com uma câmera de celular e o youtube você descobre que o Pedro roubou seu chip. Eu me despeço aqui, rumo ao meu novo emprego. Afinal se não se pode com eles tente pelo menos sair lucrando junto. Google me aguarde, aí vou eu!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Destino decidido


Duas amigas e uma mochila nas costas minha primeira real aventura. Descobrindo que posso me descobrir e descobrir outros lugares outros prazeres, outros gostos e outras coisas.
Um novo olhar sobre tudo e viver o que realmente quero.
Sendo feliz com amigas e um belo cenário. curtindo de verdade a vida adoidado.
Partindo para Buenos Aires e que os Bons ares me levem e me tragam de volta.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

My trip


Meu aniversário é em agosto e andei pensando em fazer uma
viagem despretensiosa por aí sozinha curtindo nada além de minha própria
compahia. Não imaginem como é difícil encontrar um pacote de viagens
para um. Me vi na cena do filme: O amor não tira férias, em que a
Cameron Diaz se vê buscando uma viagem para escapar de seu falido
casamento. Nada contra nas minhas férias encontrar quem sabe um Jude
Law. Obrigada.
Mas quero apenas me aventurar fora do ninho, não é que ele não seja
quente e bom ele é.
Só que preciso fazer isso por mim mesma, preciso fugir um pouco curtir e
me encontrar e encontrar gente nova e essas coisas não acontecem sempre.
Na verdade a vontade de fugir com uma mochila nas costas sempre existiu,
ou melhor viajar por aí. E não ficar estacionada num ponto vendo a vida
passar e acontecer, com minha presença apenas como um mero objeto
decorativo.
Quero me sentir viva na minha própria vida e nada mais justo, não?
Talvez eu esteja esperando demais de uma viagem. E não é a viajem em si
que irá me mudar, serão as decisões que irei tomar na vida que vão
torná-la melhor ou pior. Sempre tive essa ânsia de ter uma vida imensa,
intensa, cheia de grandes emoções e largos sorrisos como nos comerciais
ou nos filmes, onde se é possível ser feliz o tempo todo. A verdade é
que somos felizes na parte que nos permitimos ser, somos nas frações de
momentos, e só percebemos que somos quando não estamos sendo. Olhando
pra minha vida eu não tenho do que reclamar, tenho o que busquei, sou o
que projetei ser. Talvez meus sonhos tenham mudado. Eu queira me
superar. Isso é bom!
De qualquer forma Jalapão ou Visconde de Mauá será meu destino.
Me aguardem, trilhas e ilhas, em breve estarei lá.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Minha lúcidez


Assisti a um filme brasileiro este final de semana, chamado separações,
que achei magnífico e cheio de sensibilidade. Apesar de um tanto
ortodoxo ele falava sobre seres humanos, que fazem diversas escolhas,
boas ou não tão boas, mas compreende cada fase e momento bom ou trágico
para seu próprio crescimento. Uma amiga que também assistiu ao filme não
conseguiu compreender da mesma maneira o texto que foi citado ao final
do filme. Acredito que pelas experiencias que ela já teve, sua percepção
de vida é diferente da minha - enquanto eu tento entender mais
profundamente nossa humanidade ela busca a praticidade das coisas e as
simplifica entre branco ou preto, nada se diz do cinza ou das nuances
por qual se passa entre uma cor e outra. Incrível como é que exatamente
nessas nuances que se encontram nossos sentimentos; contraditórios,
paradóxos e singulares sentimentos. E por mais que tentemos transformar
o nosso mundo simplificado em sim ou não, somos mais complexos do que
isso. Ser um ser humano é ser talvez, não é ser dúvida constante, mas
ser livre constantemente para mudar de opinião.

O texto:

O homem lúcido

O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e
emoções que nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte. O
homem lúcido sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor,
posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode
ser considerada um mal.
O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência.
Sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer
momento, interrompendo a sessão do circo.
Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas
as suas possibilidades. Passeará por seu campo aberto e por suas vielas
floridas. Saberá ver a beleza em tudo. Terá amantes, amigos, ideais.
Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até as
doenças. E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los
com coragem e mansidão.
Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada, cercado
por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura. Pairará então,
sobre sua memória uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito e fez
bem às pessoas.
A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos
maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos
favoráveis. O homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento dos
Deuses, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os
acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria.
Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos.
texto Caldaico(*) do VI século a.C.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hello, girls tenho novidades!


NÃO EU NÃO ME CASEI!
Estava chegando em casa quando encontrei uma vizinha minha, muito amiga da familia e eu abri o maior sorriso pra contar a ela minha novidade, antes mesmo que eu dissesse o que era, ela perguntou: "O quê? Tá namorando?"
Meu sorriso murchou na hora, porque sempre esperam isso de mim? Que minha felicidade tenha testosterona e pêlos? Não, eu não pretendo adotar um macaco e muito menos estou com um namorado, eu ficaria com o "George, o curioso" por enquanto. Estou cursando minha pós em produção de moda! Isso é demais! Pois é, incrível como ela estaria mais feliz se eu optasse pelo macaco ou no caso o homem. Vai saber porque isso acontece? Todo mundo quer se casar e todo mundo está se divorciando. Mas se eu não arranjar um namorado, não tenho motivos pra ter um lindo e largo sorriso no rosto. É tremendamente ultrajante o que uma garota solteira tem que passar, toda essa cobrança em volta da vida pessoal e sentimental, me faz pensar seriamente em porque querem isso de mim. Não vou negar que estou sozinha por exigência demasiada, mas não quero me frustrar.
Hoje em dia casamento é basicamente isso: compromissos, leis, mentiras, verdades, dois seres humanos amarrados por um contrato de pouca duração e sem muitas garantias. Beleza! Um excelente motivo pra sorrir. Como o Coringa, só se for.
Não me entendam errado, não sou contra a maior instituição social criada por Deus, quero isso como todo mundo, talvez eu tenha uma visão utópica de casamento ou não, pois cresci com um bom exemplo real de um casamento feliz em casa e espero ser tão amada como minha mãe foi e amar alguém da mesma forma. Não quero as partes chatas apesar de saber que elas vem no pacote, mas quero fazer alguém feliz, isso eu sei que quero.
Muitas mulheres preferem se matar na academia pra ficar gostosa, e eu prefiro me encontrar, talvez assim alguém me encontre. Fazer um homem desejá-las mais do que qualquer coisa, pra quê? Vai cair tudo depois de um certo tempo. E vai ter que ajustar com bisturi e misturas químicas e isso é só pra manter o tesão. Nada se fala sobre a conversa, o cuidado, respeito, o carinho e o compartilhar. E o bom ficar juntos e se curtir? Curtir momentos, dividir seus detalhes, suas manias, agradar com coisas pequenas que imprimem na memória do outro o seu jeito de ser, único, especial e insubstituível. Valorizar esses momentos é que fazem dos chatos pequenos e irrelevantes.
Estou curtindo a minha vida e os meus planos, que estão se tornando reais, e me fazendo feliz enquanto não tenho alguém pra fazer feliz e que me faça igualmente feliz. Me disseram uma vez que era pra eu cuidar do meu jardim que um dia as borboletas viriam.
Elas virão, enquanto eu me encontro, alguém pode me encontrar.
Por enquanto "George, o curioso", você é o fofo que me faz rir.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Metade do caminho




Estou na metade do caminho da minha vida
E tenho medo, sempre esperei pelo meu meio
Mas não sabia o que aconteceria quando chegasse lá
Estou aqui parada no meu meio
No meio da minha vida, no meio da minha história
No meio do meu enredo, das minhas dúvidas e decisões
Ele me divide entre meu passado e meu futuro
E lá está o presente entre o que fui e o que posso continuar sendo
Ou entre o que fui e o que posso ser.
No meio deste enredo onde deveria ter o meu clímax
Minha catarse, a reviravolta, a entrada de um outro personagem...
Houve uma saída que deixou lembranças inenarráveis.
Seu livro foi concluído. Com um desfecho trágico?
Sim, mas deixou risos e memórias inesquecíveis.
Por isso o meu medo sou a continuação disto
Medo do fim vir antes do começo do meio
O começo de uma história que já começou,
estou na parte que deveria ser mais interessante.
Tá parado ali! Bem no sinal vermelho do medo
Do medo do perigo iminente de um fim trágico
de uma história sem graça que ninguém quer ler.
Porque essa droga de meio não muda,
não transforma os personagens, não faz da plebéia a princesa,
nem do sapo, um príncipe! Mas que sapo? Se nem brejo tem!
E não posso como Mark Macfly entrar na minha Delorean
e voltar no tempo. Só tenho uma chance de fazer isso dar certo
e não posso ficar estacionada no vermelho imaginário do meu medo
Este pânico de ser grande e de ser pequena me manteve neste sinal,
Mas a verdade é que na vida só existem sinais verdes
E eu preciso seguir em frente.
E não tenho mais medo dizer o que eu realmente quero
Quero que meu livro seja melhor do que está escrito
Não quero bocejos, quero adrenalina correndo nas veias
e olhos bem atentos a cada sentença,
quero que ao acabar seja deixando com saudades e suspiros
Ser revisitada sempre que for lembrada e ser muito... bem lembrada
Um best seller, com várias páginas emocionantes e emocionadas
Com direito a séries intermináveis ainda mais interessantes
com outros personagens que virão após de mim.
Chega de medo do meio, medo de chegar perto do fim
Ele pode ser grandioso, se eu souber contar assim.

terça-feira, 16 de março de 2010

Um olhar além da íris


Quero agradecer aqui a alguém que com o tempo percebi ter me dado mais do que recebeu de mim, em tudo o que vivemos como relacionamento. Principalmente na amizade foi como um psicólogo particular ou sei lá o que, não sei denominar, mas foi especial. Uma pessoa que passou pela minha vida para que eu aprendesse algo, crescesse, andasse com minhas próprias pernas e soubesse como realmente é a vida, e principalmente não se preocupou em me agradar com elogios, mas quis me mostrar sem enfeites e confetes quem eu realmente sou. Alguém que soube me olhar com outros olhos com um olhar exclusivo e inesquecível.


Um olhar além da íris

Conheço diversos tipos de olhares
Olhar de admiração, de decepção
Olhar de aprovação, de desejo
Aquele que rastreia meu corpo e me deixa sem jeito
Olhar que me põe no meu lugar
Olhar que se impõe, que me incentiva
Olhar de dengo, de carinho
Olhar de homem e de menino
Todos eles vi em seu olhos
e posso encontrar em outros
Mas... o olhar além da íris
Nunca tinha visto algo assim
Me tirava o fôlego,
me explicava o mundo em uma sentença muda
Me destruía e me reconstruía
Este descrevia tudo o que eu era
e aquilo que eu podia ser
Este olhar me conhecia
Via minha alma nua e inteira
Ele sabia o que eu escondia
Sabia o que eu queria e negava
Conhecia os meus pontos baixos e altos
Sabia do meu medo de ser grande
E do meu medo de ser pequena
Esse olhar sabia demais
Me enlouquecia demais.
Me queria demais e me tinha por inteiro
Entendi mais de mim nesses seus espelhos negros
do que em qualquer diário que pudesse escrever
Além da íris é o olhar que quero ter
Eles são sua melhor dádiva.
Por esse olhar que me forçou a ver
aquilo que eu sempre tive preguiça ou medo de ser
Esse olhar que me ajudou a construir a mulher que sou
Por esse olhar, por seus olhos
Eu só posso agradecer.

16/03/2010
Lidiane Arsenio

sábado, 23 de janeiro de 2010

Por um pote de sorvete e você


Paradoxos me cercam neste momento em que me sinto livre para amar e ser amada novamente.
Minha memória recente me reservou boas lembranças do passado que desejo imensamente que se repita num futuro próximo. Eis então o meu paradoxo, não quero este passado de volta, mas a sensação de paz e conforto que encontrei naquele momento e naquele gesto, sim. Não quero mais aquela pessoa e nem alguém como ele, mas quero algo que recebi dele e que não recebi de mais ninguém até hoje. Quero aquele desejo vetado pelo orgulho e pela vontade de não me mimar, mas totalmente revelado ao estar por perto pronto a me amparar caso eu tencione cair. Quero aquele olhar de "eu não te entendo, mas estou disposto a não sair daqui sem conseguir".
Ai sei lá, quero atenção, quero ser atendida e só estou escrevendo isso por um motivo bem idiota, mas que foi a minha gota d'água.
Ontem eu precisava, queria muito um sorvete de abacaxi. Sabe aqueles dias de que tudo que você precisa é do seu amado sorvete, seu amado sofá e um bom filme antigo? Bem ao estilo Briget Jones, graças a Deus nunca engordei nestes anos de relacionamento comigo mesma. Enfim, a verdade era que eu estava sofrendo de uma necessidade aguda de sorvete, crise total de abstinência. Enfrentei um temporal, ventos absurdos que me deixaram descabelada no meio da rua para chegar a padaria e não encontrar o bendito sorvete que salvaria a minha noite.
Então me lembro de um antigo namoradinho que se lembrou que gostava de tomar sorvete em dias chuvosos e principalmente no inverno e veio de bicicleta me trazer um pote debaixo da maior água, este foi o gesto mais lindo que recebi. Esta noite percebi o quanto eu preciso de alguém pra fazer minhas pequenas vontades. Sou mimada mesmo, mas de um jeito bom. Afinal, não sei quem compôs uma sábia canção chamada: Try A Little Tenderness, mas há uma profunda verdade descrita nela: uma mulher nunca esquece quando é tratada com carinho, o amor é a nossa felicidade, um abraço, um gesto imprevisível e adorável nunca sairão de nossa memória.
Quero novas memórias, novas lembranças, ser bem tratada e muito amada de novo. Sei que existem muitas pessoas que me amam de maneiras diferentes, quero uma específica, exclusiva e recíproca.
Não me sinto presa ao passado e nem quero estar, nem morar nele por tempo algum. Quero que o meu futuro seja o presente mais belo de todos, que seja breve, que seja lindo, que seja longo e que seja logo.
Seja lá quem você for, te espero. Mas vê se aparce logo!!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A time to love - Índia Arie

Esta música diz tudo

Um tempo para amar

Nós temos tempos para o racismo
Nós temos tempo para críticas
Nós temos tempos para o racismo
Nós temos tempo para críticas
Escravizados pelos nossos ismos
Quando haverá um tempo para amar?

Nós criamos tempo para debater sobre religião
Passando contas e construindo de prisões
Para construção de fortunas e passando julgamentos
Quando haverá um tempo para amar?

Nesse momento da história nós temos um escolha a fazer
Para quer trilhar um caminho de amor
Ou ser aleijado por nosso ódio

Nós temos tempo para poluirmos
Nós temos tempo para causarmos confusão
Todos presos em nossas próprias ilusões
Quando haverá um tempo para amar?

Nós criamos tempo para conquistar nações
Tempo para explorar petróleo
Ódio, violência e terrorismo
Quando haverá um tempo para amar?

Nesse momento do tempo
Nós temos um escolha a fazer
Deus pai está assistindo
Enquanto nós causamos tanta dor a mãe-terra
É uma vergonha
Não há dinheiro para
O novo, o velho e o pobre
Mas para guerra sempre é mais
Quando haverá um tempo para amar?

Nós criamos tempo para pagar impostos
Ou pagar contas e construir status
Mas nós pagaremos as consequências
Se não criarmos tempo para amar

Agora é hora de prestar atenção
Sim agora é a hora... para amar...
Um tempo do amor... amor...
Um tempo para amar
Por favor, você não me dirá
Quando haverá um tempo para amar...