sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ela


Ela é como um dia nublado cheio de cansaço
As nuvens espessas e escuras
Trazem sombras negras no que seria dia claro
Um ar pesado cobre nossa pele como um cobertor enlameado
é pegajoso e não o queremos, mas não há escolha
é o tempo, uma hora passa ou dura mais do que a nossa vontade
Esconde de nós todo brilho que podia nascer em nossos olhos
Desaparece com cada raio quente que poderia aquecer nossos corações
nossa pele fria pela ausência dos braços e dos abraços que foram pra sempre
Mas a chuva... ela arde quente queimando nossos olhos
nos turvando a visão de um mundo melhor e de um dia claro mais a frente.

Não estou falando da ilusão, não.
Também não estou falando da chuva ou do tempo.
To tentando entender a dor de se perder parte de si e ainda sim se manter inteiro.
A dor de perder teu ar, e ainda sim continuar a respirar.
A dor de estar viva, quando a morte te levou algo tão valioso, mas lhe deixou intacto!
A dor de perder minha avó, meus tios, meu pai, minha amiga.

É louco, mas ainda vivo, é pouco mas viver é um alívio, pois no peito ainda vivo bate um coração cheio de recordações felizes de tempos antigos e até recentes onde toda essa gente comemorava comigo, mais um ano bem vindo, mais um triunfo, mais uma decepção, mais uma vida a nossa história a nossa vida.
A vida sempre vive em alguém, aquele que a mantém traz o sol para os dias nublados, traz o sorriso ao se lembrar disso ou daquilo, clareia as nuvens e as dispersa. Que eu seja o sol a me iluminar e aos meus queridos que junto comigo sentiram tanto e tudo, que essa chuva passe de nossos olhos pra limpar o céu.
Pra aproveitar o dia, Deus e a vida!

Estejam em Paz, com aquela Paz, se é pra exceder todo entendimento que exceda este o de tentar entender a dor, a perda e o sofrimento. E vá com Deus por essa nova estrada a nunca ser entendida apenas vivida.