segunda-feira, 27 de abril de 2009

Poderia?

Posso escrever um poema?
Posso cantar uma canção?
Uma canção que traduz toda a poesia, o sentimento e a razão?!
Posso traduzir em versos aquele olhar que expresso?
Posso dizer em palavras tudo aquilo que a silencia?
Posso ser eu, a tradutora de mudos e completos beijos de amor,
Que dizem tanto sem pronunciar som?
Posso descrever o sentimento que traz certo abraço,
certo aperto de mão?
O que cada um sente por especificamente alguém?
Não, não sei dizer se posso, nem se devo!
Com certeza não me atrevo.
Apenas ouso a pensar, a sondar espíritos e almas inquietas.
Com inquietas paixões, raivas, sentimentos confusos.
Amores, meus amores, meus amigos.
Meus sentimentos confusos minhas raivas e frustrações
Só de sonhos... Ah! Tenho porções.
Gosto dessa veia poética que mais se expressa e nada diz
Que mais inquire do que responde,
que mais lateja dentro de mim e nunca explode.
Vergonha? Timidez? O que será?
Já disse respostas não são o meu forte.
Responda você, qualquer um, qualquer dia.
Não é tão importante assim.
Talvez eu acabe escrevendo uma história que nunca tenha fim.

Autora: Lidiane Arsenio da Penha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Entre lágrimas e sushi

Conheci um cara incrível, com uma boca incrível, com um jeito de me pegar...hum.
Bom, ele era inteligente, tinha tudo o que eu nunca sonhei que precisava, era um chato, um mal necessário. Gostava da cultura oriental e de lá a única coisa que eu gostava era de sushi, que por coincidência ele nunca havia experimentado. Ponto a meu favor, algo pra me tornar mais interessante, o levei a um restaurante. Lá ele provou meus lábios, o sushi, o sashimi, e o samurai, foi uma experiência única romântica, divertida e com um provável ou improvável fim. Mas de verdade ninguém estava levando a sério aquela história de final na "boa". Agente sabia que era muito desejo pra acabar assim e assim não ia acabar nunca, mas acabou mesmo. Terminamos o que nem começamos no primeiro encontro. Passou-se algum tempo e vestígios dessa brasa voltaram a nos queimar, fomos parar novamente um nos braços amargos um do outro, digo amargos pois já havia acontecido acidentes, mágoas com ou sem querer de ambas as partes. E amargamente decidimos que só voltaríamos a sair se fosse sério dessa vez. Não sou muito de esperar, isso já me havia rendido tempo demais, dor de mais e indecisão demais. Decidi pelos dois que ele deveria dizer sim ou não. A resposta? Não. Se foi bom? Foi péssimo, me senti horrível e liberta ao mesmo tempo. Com muita fome e muita raiva parti pra uma noite da fossa memorável, regada a "Vestido estampado" e "Hoje eu to sozinha" de Ana Carolina, pedidas por mim a cantora do bar, o que numa sexta feira a noite mega romântica nunca seria a melhor pedida. No fim foi hilário ver o casal meloso sair do bar cantando pneus, não estava afim de ver mais nenhum beijo aquela noite, o pior foi que depois das musicas sobrou uma sapata no bar me olhando, percebi que era hora de partir. Foi meu pai se desculpar com o dono do bar por eu ter espantado a clientela com minha fossa revoltada e saimos dali. A noite não tinha acabado fui ao Kent Kerr e parti pra dentro de um hot filadélphia, o meu pedido favorito no sushi bar, o gosto não tinha o mesmo sabor, não sei se era eu ou o salmão, mas definitivamente não quero mais saber de sushi, tanto quanto não quero mais saber dele. Foi meio que um rito de passagem. Revi antigos amigos troquei contatos, descobri o quanto era querida por pessoas que há anos não tinham notícias da minha existência. Uma amiga pulou no meu pescoço na frente do marido e do filhinho de dois anos. Dois anos? Ela tinha sido minha melhor amiga por anos desde que tinha quatro anos de idade e apesar de anos separadas ela ainda me considerava. Em meio ao caos algumas cotidianas alegrias. Tomei decisões. Se foram boas as decisões? Não sei, não pretendo dar outra chance ao nem a ele, nem ao sushi. Mas entre lágrimas e sushi nesta louca sexta-feira fossa eu me diverti.

Lidiane QUEM?

A vida tinha mudado e agora mudou de novo.
Lembra-se do nada que parecia ser, percebi que foi perda de tempo, e hoje tenho muito a fazer e mais nada a sentir.
Engraçado como os sentimentos que antes eram fortes e tristes hoje nem me vem. Hoje penso em trabalho, dinheiro, sonhos, desejos e de repente penso em mim. Naquele caminho a qual esses sentimentos queriam me levar, a pensar mais sobre mim, quem sou e o que o mundo pode esperar de mim, sei dos mil desejos e vontades desconexas que tenho que nada tem a ver com a pessoa que sente tudo isso ou talvez tenha. O que ela é? Acho que posso responder segundo as respostas que ouço sobre ela, mas nos últimos tempos tenho ouvido outras vozes que dizem coisas que nuca antes tinha ouvido a respeito dela, o pior é sentir que é verdade e nunca antes havia descoberto isso. Pois é, é bem verdade que conhecendo os olhos dos outros sobre nós mesmos nos conhecemos um pouco mais, o problema é se perder e nunca saber acertivamente quem você é. Sua própria versão de si mesmo, aquela que só você sabe e Deus, sem cortes, sem titubear: este sou eu e pronto.
Quero um dia dizer mais que meu nome, idade e profissão ao responder a pergunta quem sou. Quero ter um algo a mais a acrescentar sobre isso, sobre essa garota que vejo no espelho que muda seu olhar a cada dia mais nunca se vê realmente, nunca achou importante olhar além do espelho, enxergar a alma que se veste do corpo, do rosto, dos olhos cegos que a mantém longe da verdade sobre quem será.